Sábado, Maio 24, 2025
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Barcelona está literalmente a trocar as voltas aos turistas

Barcelona tirou do Google Maps o autocarro que pára à porta do famoso Parque Güell. Agora, o “116” é um segredo exclusivo aos moradores do bairro La Salut.

O Parque Güell, em Barcelona, é uma das principais atrações turísticas do Mundo.

De acordo com a National Geographic, o Güell foi o parque mais procurado no Google Maps em 2023.

Foi precisamente com base nessa procura elevada que Barcelona decidiu trocar – literalmente – as voltas aos turistas.

O autocarro que leva os visitantes até ao parque – localizado num dos pontos mais altos da cidade – desapareceu misteriosamente do Google Maps.

Isto aconteceu depois de as autoridades locais terem prometido medidas, aos moradores, que se queixavam de apanharem sempre os transportes lotados.

O “116”, com destino ao bairro residencial La Salut e com capacidade apenas para apenas 20 pessoas, pára mesmo à porta do Parque Güell.

O pequeno autocarro existe com a finalidade de transportar os moradores – em grande parte idosos – de e para aquela zona íngreme da cidade, com acessos reduzidos. Contudo, o turismo desvirtuou essa função.

Desde quinta-feira passada, como descreve o La Vanguardia, grande parte dos turistas que usavam o “116” para chegar ao Güell “desapareceram por magia” – coincidindo com o dia em que o autocarro desapareceu do Google Maps.

Ao elDiario.es, Luz López, de 75 años, conta que conhecia pessoas que já não esperavam pelo autocarro, “porque, como ia sempre cheio, iam andando“.

“Antes ia tão cheio que os morados não conseguiam apanhá-lo (…) às vezes tínhamos de ficar à espera do próximo porque nunca havia lugar”, conta a moradora do bairro de La Salut.

O Parque Güell foi uma ideia de Eusebi Güell, desenhada por Antoni Gaudí e construída entre 1900 e 1914 – precisamente com um propósito residencial e não turístico.

O parque – com vista panorâmica da cidade – foi aberto ao público em 1926 e é, desde 1984, Património da Humanidade da UNESCO.

Miguel Esteves, ZAP //



Quer visitar aquela zona – mas poupar e evitar uma multidão? Eis 8 sugestões

Guerric / Flickr

Lyon, França

Paris, Barcelona ou Nova Iorque podem ser uma desilusão para turistas que não gostam – ou têm fobia – de ver muita gente junta.

Há algumas cidades que suscitam uma grande curiosidade em turistas – que depois, ao chegarem lá, podem ficar desiludidos. Ou em pânico: é que a cidade está “cheia de gente”. É só multidões.

Embora o pânico possa começar antes, quando se vê quanto custa dormir lá, ou quanto custa a viagem até lá.

Para evitar essas grandes confusões (e para poupar), mas sem deixar o país que se quer visitar, o portal Get Your Guide deixou uma lista de 8 sugestões.

França
Não visite Paris, vá até Lyon. A terceira maior cidade francesa é a capital da gastronomia em França. Um décimo da cidade é Património Mundial da UNESCO. Tem diversos museus que valem a pena visitar (e que são mais baratos do que em Paris). Chove menos e os Verões são um pouco mais quentes do que na capital.

Espanha
Deixe Barcelona e siga para Valência. A energia é mais descontraída na Cidade das Artes e das Ciências. Em relação à comida: é o berço da famosa paella. O centro histórico mistura arquitetura romana, mourisca e espanhola. E com praias com muito espaço para todos.

Croácia/Montenegro
Dubrovnik, que ficou famosa por ser o palco de inúmeras cenas na Guerra dos Tronos, pode ser substituída por Kotor. O charme de outros tempos continua lá, a beleza à beira-mar também. A experiência é mais intimista. Mas tem um centro histórico com labirintos e praias deslumbrantes. Kotor também tem muitos gatos – até um Museu do Gato.

EUA
Nova Iorque seria o destino óbvio. Mas Filadélfia é uma boa opção: sendo o berço da nação, está repleta de locais historicamente inigualáveis. Há espaços especiais dedicados ao cinema. Quem gosta de comer, vai ficar bem servido – e mais do que os cheesesteaks ou os pretzels. Para as caminhadas, tem o maior parque paisagístico do mundo.

Países Baixos/Alemanha
Esqueça Amsterdão e vá até Hamburgo. A cidade alemã até te mem mais canais do que a holandesa e Veneza juntas. É uma cidade virara para o mar e para os armazéns. Foi o principal centro comercial da Europa. Há uma sala de concertos memorável, um dos museus de arte mais importantes da Europa e uma vida noturna muito animada.

Japão
Não Tóquio, sim a Kyoto. Aqui há uma visão mais autêntica da rica história e cultura do Japão. Um tesouro cultural. Revelações sobre um passado fascinante, misterioso e incompreendido. Muitas experiências transformadoras e meditação – há mais de 2.000 templos e santuários. Um refúgio de tranquilidade.

México/Belize
Seria fácil optar pelas praias de Tulum ou Cancún, mas ali perto está Belize. O país tem a segunda maior barreira de corais do mundo; um paraíso dos mergulhadores. As praias de Belize são muito mais tranquilas do que as do México. E ainda florestas tropicais e montanhas deslumbrantes. Comida de rua e sabores de várias regiões e culturas.

Itália/Bélgica
Por fim, Veneza fica fora e seguimos para Bruges. Várias sugestões. Um labirinto de canais pitorescos e ruas antigas. Uma escadaria sinuosa de 366 degraus. Um passeio de barco pelos canais com clima romântico.

ZAP //



O “Mar de Estrelas” é uma das maiores atrações turísticas das Maldivas. Nem sequer existe

O famoso Mar de Estrelas das Maldivas é parte facto, parte ficção – mas isso só aumenta o mistério de uma das principais atracções turísticas do país.

As imagens deslumbrantes do “Mar de Estrelas” proliferam na Internet, inspirando os viajantes aventureiros a procurá-lo. Mas poucas pessoas concordam exatamente onde se pode encontrar o Mar de Estrelas das Maldivas.

Isto porque o Mar de Estrelas não existe de facto.

Para esclarecer, o misterioso Mar de Estrelas das Maldivas não existe enquanto localização geográfica. A razão simples para isso é que estas luzes mágicas são plâncton bioluminescente que se movimenta no oceano.

“Quando as pessoas dizem que querem ver o Mar de Estrelas nas Maldivas, estão na verdade a pedir para ver uma reação química – é plâncton bioluminescente”, disse a bióloga marinha e apresentadora de vida selvagem Lauren Arthur, que trabalhou nas Maldivas durante oito anos e regressou recentemente para filmar a vida marinha.

A bioluminescência é uma reação química que produz luz, enquanto o plâncton é um termo coletivo para organismos microscópicos que não conseguem controlar os seus movimentos – limitam-se a flutuar nas correntes.

Nem todo o plâncton é capaz de emitir luz (apenas espécies específicas o fazem), mas, mesmo assim, não emitem luz a toda a hora, apenas quando são perturbados, acrescentou. “Não há um sítio específico para encontrar plâncton bioluminescente. Pode ser encontrado em qualquer parte das Maldivas, ou mesmo em qualquer parte do mundo onde haja plâncton”.

Isto significa que, embora o famoso Mar de Estrelas das Maldivas não exista, poderá ver algo que se assemelha a um mar de estrelas – embora testemunhá-lo dependa em grande parte da sorte.

Um viajante que visita as Maldivas com pouco tempo pode fazer alguma coisa para aumentar as suas hipóteses de ver um mar de estrelas nas Maldivas? Arthur recomenda que a visita seja feita durante a Monção do Sudoeste (que começa em abril e vai até outubro), altura em que as correntes conduzem o plâncton do sudoeste para o nordeste do país e em que se encontram as maiores quantidades de plâncton.

Arthur também acredita que há mais hipóteses de o ver debaixo de água do que em terra.

“Se tivermos sorte, podemos vê-lo enquanto estamos sentados na praia com um bom copo de champanhe, mas a sorte é a palavra-chave”, disse Arthur. “A melhor maneira de o ver é entrar na água quando está cheia de plâncton e fazer snorkelling noturno. É uma das coisas mais excitantes que se pode fazer.”

Arthur também observou plâncton bioluminescente muitas vezes durante a lua nova, quando há muito pouca luz ambiente, e recomenda que os viajantes tomem as seguintes medidas:

“Primeiro, reúna o seu grupo na água e depois desligue as lanternas à prova de água. No momento em que as desligamos, é muito assustador, mas comecem a mexer os braços e as pernas como loucos”. Isto vai criar movimento na coluna de água. “Estamos a perturbar o plâncton que emite luz – quer seja perturbado por um predador ou mesmo por um ser humano a nadar. Assim que os perturbamos, estamos a flutuar entre as estrelas”.

Alguns centros de mergulho e de desportos aquáticos, como o Maafushi Dive & Watersports, podem oferecer viagens nocturnas de snorkelling, mediante pedido, para o ajudar a procurar plâncton bioluminescente.

Mas nenhum biólogo marinho consegue oferecer uma explicação biológica para o facto de duas ilhas das Maldivas com nomes semelhantes se terem tornado famosas como o local onde se pode ver o “Mar de Estrelas”. “É impossível que o plâncton seja atraído para uma única ilha”, disse Arthur.

No entanto, se é uma das 320 000 pessoas que pesquisam mensalmente no Google por “Mar de Estrelas”, provavelmente já encontrou inúmeras fontes que o aconselham a ir a Vaadhoo ou Vadoo. Vaadhoo é uma ilha habitada no Atol de Raa, com uma população de 626 habitantes, enquanto Adaaran Prestige Vadoo é uma ilha resort privada, a cerca de 120 milhas de distância, no Atol de Malé do Sul.

As referências a estas duas ilhas remontam a 2013, quando se tornaram virais as imagens de uma praia coberta de belo plâncton bioluminescente. Vaadhoo ou Vadoo foi citada como a localização, e continua a circular até hoje. Acontece que a referência a Vadoo foi provavelmente um erro de ortografia – a estância disse que nunca tinham visto muito plâncton bioluminescente, embora uma pequena quantidade tenha sido fotografada ali no passado. A foto viral original foi tirada numa praia em Vaadhoo.

Todo o burburinho da internet em torno de Vaadhoo ajudou a gerar uma indústria de turismo regional e, há quatro meses, Ismael “Issey” Naseer abriu a primeira pousada de Vaadhoo, a Vaadhoo View Inn. Naseer disse que, embora o plâncton bioluminescente possa aparecer em qualquer parte das Maldivas, as fotografias virais de Vaadhoo atraíram muitos viajantes para a zona para o procurarem. Anteriormente, só podiam ficar nas ilhas privadas próximas e ir de barco, mas Naseer decidiu desenvolver o turismo de base em Vaadhoo para beneficiar diretamente a comunidade.

“Achei que seria uma óptima oportunidade para abrir Vaadhoo ao mundo inteiro“, disse Naseer. “Embora tenhamos recursos naturais fantásticos, como plâncton bioluminescente, buracos de mergulho e mantas, ninguém teria a oportunidade de ficar aqui se não lhes abríssemos as portas. Nunca o podemos garantir, mas diria que 90% do ano é possível ver pelo menos uma pequena quantidade de plâncton bioluminescente aqui.”

E embora Vaadhoo não seja certamente a única ilha onde os viajantes podem ter a sorte de ver plâncton bioluminescente, o dinheiro gerado pelos turistas que o procuram vai diretamente para serviços locais independentes, como mercearias e cafés.

Este tipo de turismo só é permitido nas Maldivas desde 2009, quando foram legalizadas as casas de hóspedes nas comunidades insulares. Anteriormente, os viajantes só podiam ficar em ilhas resort privadas geridas por marcas hoteleiras e estavam completamente segregados dos habitantes locais.

Tal como Vaadhoo, muitas das 188 ilhas habitadas das Maldivas são pequenas e têm uma poluição luminosa mínima nas praias. Isto deve-se ao facto de os maldivianos não construírem normalmente junto à costa, ao contrário da maioria das ilhas turísticas que satisfazem o apetite dos estrangeiros por moradias de praia e restaurantes sobre a água, que projectam luz artificial sobre a linha costeira.

A escuridão nas praias das aldeias insulares pode facilitar a deteção de plâncton bioluminescente, caso exista. E as ilhas habitadas menos povoadas das Maldivas, como Fulidhoo, no Atol de Vaavu, ou Dhangethi e Dhigurah, no Atol de Ari do Sul, têm as praias mais escuras; Dhigurah tem uma extensão de três quilómetros completamente subdesenvolvida.

Arthur resumiu perfeitamente o espetáculo único: “São como pequenos diamantes debaixo de água, e é a coisa mais bonita que alguma vez verás.”

ZAP // BBC



O que se passa em Madrid, a nova “Miami da Europa”?

Pixabay

Madrid, Espanha

Um novo perfil de migrantes tem chegado a Madrid nos últimos anos e mudado cada vez mais o panorama habitacional. Hoje, “o grande problema de Madrid é a habitação”, garante o autarca da capital espanhola.

A capital de Espanha é um dos destinos preferidos dos migrantes latino-americanos que procuram trabalho num país com o mesmo idioma que o seu.

Há muito tempo que a cidade recebe trabalhadores peruanos, equatorianos, colombianos e de outras nacionalidades que trabalham em áreas como o cuidado de idosos e doentes, construção civil e noutros setores que nem sempre conseguem empregados suficientes com a mão de obra local.

Espanha é, por exemplo, o país da União Europeia que mais acolhe refugiados venezuelanos.

No entanto, embora continuem a chegar migrantes com dificuldades financeiras, surgiu um novo perfil de migrantes latino-americanos nos últimos anos, com mais recursos.

“Quase todos os clientes que ajudamos a emigrar para Espanha são pessoas com altos rendimentos, que não têm necessidade de gerar rendimentos lá”, diz Alexandre Rangel, diretor-geral da Siespaña, empresa especializada em aconselhar estrangeiros que pretendem estabelecer-se em Espanha.

Na verdade, há alguns anos desembarcaram no país bilionários latino-americanos conhecidos — como o mexicano Carlos Slim, que adquiriu parte da FCC, gigante espanhola de infraestrutura e o banqueiro venezuelano Juan Carlos Escotet, que hoje controla o Abanca, um dos principais bancos do país.

Mas como aponta Nuria Vilanova, do Ceapi, associação de dirigentes de empresas ibero-americanas, “agora chegam investidores interessados em aplicações nas quais não é necessário tanto capital, e muitos estão a investir em aquisição de imóveis para alugar a turistas“.

Afinal, o que é que fez com que a antiga capital aninhada no seco planalto castelhano se tornasse tão atraente?

“É como estar em casa”

“A maioria dos que chegam pela primeira vez [a Madrid] valorizam a qualidade de vida, os serviços públicos, os restaurantes que abrem todos os dias, o transporte público e, acima de tudo, a tranquilidade de viver num país seguro, pois no seu viviam permanentemente ameaçados pelo crime”, explica Rangel.

Espanha e a sua capital oferecem também a possibilidade de proteger ativos ameaçados por decisões governamentais inesperadas ou pela turbulência monetária a que a América Latina está habituada numa moeda sólida como o euro.

Mas também há outros fatores, talvez mais intangíveis, como explica Eladio Duque, um dos muitos clientes que Rangel ajudou a emigrar.

“Vivi 12 anos em Miami e nunca me senti em casa; quando cheguei a Madrid senti-me em casa desde o primeiro dia“, confessa o venezuelano.

Eladio mudou-se para Miami quando Hugo Chávez governava a Venezuela. Criou uma empresa de decoração e conseguiu nacionalidade norte-americana, mas em 2022 apaixonou-se por Madrid. Agora administra o seu negócio em Miami à distância, no seu apartamento na área do Tribunal de Madrid. Para si, a capital espanhola é “a cidade mais maravilhosa do mundo.”

“Aqui as pessoas não me procuram pelo que tenho, mas pelo que sou”, diz o venezuelano, que em poucos meses poderá solicitar a cidadania, um processo muito mais rápido e fácil em Espanha do que nos EUA.

A lei espanhola permite que os cidadãos ibero-americanos solicitem a nacionalidade com apenas dois anos de residência legal no país — e o visto de residência também é mais fácil de obter do que nos EUA.

Além disso, para quem tem elevado poder de aquisição, há outros facilitismos, como a redução de 85% nas mensalidades nas universidades de Madrid para estudantes ibero-americanos, anunciada no final do ano pelo governo regional.

Segundo Vilanova, “Espanha está a desbancar os EUA como o lugar onde são criados os filhos dos líderes empresariais latino-americanos”, e as diferenças na política de migração dos dois países surgem como um dos motivos.

Rangel diz que a maioria dos seus clientes pensa primeiro em Miami porque tem família lá ou já a visitou em algum momento, “mas depois apercebem-se que na realidade os EUA fecharam as portas à migração legal“.

Embora existam delitos como furto de telemóvel e de carteiras — especialmente no centro da cidade e em locais turísticos muito concorridos — Madrid é geralmente considerada segura e a sua taxa de criminalidade é baixa.

A mexicana Carla Chanes diz que se mudou para Madrid porque vivia com medo de ser vítima de um crime na Cidade do México.

Carla vive com a sua família a cerca de 30 quilómetros de Madrid, no município histórico de Alcalá de Henares, conhecido por ser o local de nascimento de Miguel de Cervantes.

A sua filha estuda numa escola particular subsidiada pelo governo regional. Paga 40 euros por mês — muito menos do que gastaria num colégio particular no México.

“Aqui apercebemo-nos de que é possível viver gastando menos“, diz a mexicana, que vai sustentando a família com ajuda de poupanças. No início foi difícil mas, com o tempo, deu-se conta de que já não tinha medo de que alguém levasse o seu filho enquanto andava na rua. “A tranquilidade de viver num país seguro não tem preço”, afirma.

Mas se Carla sente que foi recebida em Madrid “de braços abertos”, alguns dos que já moravam ali começam a perceber que a metrópole está a tornar-se mais cara.

Arrendamento cada vez mais caro

Andrés Pradillo, porta-voz do Sindicato dos Inquilinos de Madrid, diz que o fenómeno dos estrangeiros que compram casas em Madrid está a crescer desproporcionalmente.

“Os arrendamentos aumentaram 60% desde 2015 e muitas famílias já têm de colocar mais de metade da sua renda na habitação”, diz Pradillo.

Mais de metade das casas vendidas em Espanha no ano passado foram pagas a pronto, o que, segundo Pradillo, indica que “são casas não para habitação, mas para especular e obter grandes rendimentos em zonas com rendas muito elevadas”.

Como resultado, “muitas pessoas em Madrid estão desiludidas por estarem a ser expulsas dos seus bairros” — e a ideia de que as autoridades devem regular os preços dos alugueres tem ganhado cada vez mais tração na política espanhola nos últimos anos.

O presidente da câmara, José Luis Martínez-Almeida Almeida, admite que “tal como em outras grandes cidades, o grande problema de Madrid é a habitação“, mas que, ao mesmo tempo, “a chegada de pessoas com capacidade de investir é uma boa oportunidade para a cidade”.

O presidente diz que vai vender terrenos públicos para que promotores construam habitações a preços acessíveis. “Nos próximos anos aumentaremos em quatro mil o número de casas disponíveis para alugar em Madrid”, garante.

Novos empreendimentos urbanos prometem 10,7 mil habitações com subsídio de 60% pelo governo, mas ainda não se sabe se serão suficientes para aliviar o défice habitacional.

ZAP // BBC



É desta que a Ponte Maria Pia vai ser útil? Com portagem

António Amen / Wikimedia

Ponte Maria Pia, Porto

Projecto prevê que a ponte seja integrada num circuito turístico. Mas Gaia, sozinha, não paga.

A Ponte Maria Pia está fechada desde 1991. A primeira ligação ferroviária entre Porto e Gaia, construída pelo famoso Gustave Eiffel em 1877, está abandonada desde que a alternativa foi inaugurada: a Ponte São João.

33 anos depois, o assunto tem sido debatido ao longo dos últimos tempos, querem a reabertura da infraestrutura – mas a Câmara Municipal de Gaia, sozinha, não paga pelas obras.

“Se depender da Câmara de Gaia, a Ponte Maria Pia, que foi deixada ao abandono pelo Estado, não abre”, disse o presidente Eduardo Vítor Rodrigues, em assembleia municipal realizada há quase um mês.

O presidente da Câmara explicou que a ponte está sob a responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP); além de ter dúvidas sobre a segurança de uma ponte que só tem um carril e é “muito estreita”.

“Estamos disponíveis (Gaia e Porto) mas tem que ser a IP a assumir a responsabilidade e a disponibilidade para fazer parte da solução. Se depender dos municípios, não vai abrir. Não temos dinheiro, nem o ‘know how’ (conhecimento) para fazer a gestão”, acrescentou.

Eduardo Vítor Rodrigues avisou que seria preciso colocar um tabuleiro novo numa “ponte abandonada” e que a intervenção “custaria todo o dinheiro que temos para investir na via pública, por ano. Têm que ser investidos milhões de euros”.

Circuito turístico

Nesta segunda-feira foi apresentado um projecto que prevê a inclusão da ponte num circuito turístico que também chega às escarpas do rio Douro. A ideia foi apresentada pela Liga dos Amigos da Ponte Maria Pia.

O circuito turístico “In Illo Tempore” seria pedonal e através de vai-vem, descreve o Porto Canal. A ideia é ser auto-sustentável, com uma receita 1 milhão de euros por ano.

A ideia passa por criar um percurso pedonal desde a Ribeira do Porto, passando pela Avenida Gustavo Eiffel, seguiria pelo Parque da Ponte Maria Pia, já do lado de Gaia, e seguia a escarpa até às Caves do Vinho do Porto.

Cada pessoa pagava uma portagem para atravessar a ponte: 10 euros por pessoa a pé, 20 euros por pessoa no vai-vem.

Segundo este projecto, vão ser precisos 15 milhões de euros para a reabilitação inicial da ponte – esse dinheiro seria conseguido através de um fundo da Liga em parceria com as Câmaras Municipais do Porto e de Gaia, com a colaboração financeira e técnica da IP.

Na reunião da Liga dos Amigos da Ponte Maria Pia estiveram mais de 30 pessoas, incluindo o deputado Miguel Guimarães, antigo Bastonário da Ordem dos Médicos.

ZAP //



Quer ganhar uma viagem grátis à Finlândia? Só tem que contar o seu “truque da felicidade”

A Finlândia continua a ser o país mais feliz do mundo e quer mostrar aos cidadãos estrangeiros por que é que isso acontece. Assim, está a oferecer viagens grátis a quem quiser confirmar in loco o que faz a felicidade dos finlandeses.

No âmbito da divulgação do Relatório Mundial da Felicidade da Organização das Nações Unidas (ONU) que coloca a Finlândia, pelo sexto ano consecutivo, no primeiro lugar, o país nórdico volta a lançar uma campanha de marketing que pretende incentivar o turismo, tal como já tinha feito no ano passado.

Assim, está a organizar um passatempo para viagens grátis ao país durante uma visita de cinco dias em Junho de 2024, que será organizada no sentido de mostrar aos turistas vencedores como viver uma vida mais feliz – no fundo, trata-se de mostrar-lhes de que forma podem “dominar a felicidade” como um finlandês.

Mas, para ganhar esta possibilidade, é preciso participar num desafio nas redes sociais, que passa por contar, num vídeo, qual é o seu “truque para a felicidade”. Também deve dizer porque é que merece ser escolhido.

Este vídeo deve ser gravado em Inglês e precisa ainda de marcar a página @ourfinland no Instagram e de usar as hashtags #HelsinkiHappinessHacks e #VisitFinland quando divulgar o seu vídeo.

Além disso, o perfil do candidato no Instagram deve ser público.

Precisa ainda de preencher o formulário no site Helsinkihappinesshacks.com.

O concurso decorre até ao próximo dia 4 de Abril de 2024, para poder experimentar in loco o “truque para a felicidade” dos cidadãos de Helsínquia, a capital finlandesa.

Os vencedores do passatempo terão todas as despesas pagas, incluindo as passagens aéreas e o alojamento.

Durante a estadia de cinco dias na Finlândia, terão acesso a várias actividades que incluem aulas de natação selvagem, caminhadas pela floresta e acesso a iguarias da gastronomia local.

E, claro, vão também aprender o “truque de felicidade” dos finlandeses.

 

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Susana Valente, ZAP //



“É mais barato”. Casal americano vende tudo e vive em cruzeiros permanentemente

John e Melody Hennessee

O casal estima que as suas despesas com a vida nos cruzeiros sejam cerca de metade do que gastavam em terra.

John e Melody Hennessee, originalmente da Flórida, embarcaram numa jornada extraordinária para passar o resto das suas vidas a navegar pelo mundo. Após venderem quase todos os seus bens, incluindo o seu negócio e casa, inicialmente compraram uma autocaravana para viajar pelos Estados Unidos.

No entanto, um anúncio no Facebook de um cruzeiro de 274 dias com a Royal Caribbean inspirou-os a iniciar uma vida permanente no mar.

O casal, com 76 e 64 anos, respetivamente, já visitou destinos como Austrália, Nova Zelândia e Pacífico Sul. O seu cruzeiro atual leva-os à volta da República Dominicana. Os dois afirmam que este novo estilo de vida não é apenas mais emocionante, mas também mais económico do que a vida em terra.

“Agora temos uma conta de telefone, uma conta de navio e algumas contas de cartão de crédito para quando desembarcarmos, mas é só isso”, diz John à Sky News.

Já não têm despesas com a hipoteca, seguros de veículo e propriedade, ou contas de serviços públicos. John estima que as suas despesas atuais são quase metade do que gastavam a viver em terra.

A vida do casal é planeada em segmentos mensais enquanto saltam de um navio para outro, com reservas já feitas até dezembro de 2024. Em breve, planeiam residir no navio de cruzeiro residencial Villa Vie, onde 30% dos passageiros serão residentes permanentes. Este navio dará a volta ao globo a cada três anos, seguindo o clima quente.

O custo de vida no Villa Vie não é barato; uma cabine interior começa nos 99 mil dólares enquanto uma villa com varanda custa 249 mil, além de uma taxa mensal de quase 8000 dólares. Embora o navio ainda esteja em construção, renderizações digitais deram aos Hennessees uma ideia do que esperar, incluindo uma cabine com kitchenette e uma sala de estar com uma cama desdobrável para convidados.

O Villa Vie Odyssey, situado num antigo navio de cruzeiro da Fred Olsen, está a passar por uma transformação de vários milhões de libras e entrará em serviço em maio de 2024 a partir de Southampton.

Os residentes poderão receber visitas de familiares, com várias cabines reservadas para eles. O navio também tem em conta os nómadas digitais, com um centro de negócios e escritórios privados.

Com uma média de idade dos residentes de quase 60 anos, o Villa Vie terá um dentista, médico, hospital e até uma morgue para duas pessoas a bordo. John e Melody não estão preocupados em perder contacto com a família ou em ficar entediados.

Somos apenas pessoas da água. Ambos somos velejadores e adoramos estar no oceano”, diz Melody.

ZAP //



Misteriosas ruínas de Yonaguni: uma maravilha feita pelo Homem, ou arte da Natureza?

Vincent Lou / Wikipedia

Monumento de Yonaguni

O Monumento de Yonaguni, localizado na costa sul de Yonaguni, no Japão, é um enigmático local subaquático que se acredita ter cerca de 10.000 anos.

A descoberta do Monumento de Yonaguni por um mergulhador, perto de Okinawa, em 1995, desencadeou um intenso debate entre investigadores e entusiastas sobre se se trata de uma estrutura feita pelo homem ou um fenómeno natural.

As ruínas submersas consistem em blocos monolíticos, que se assemelham a terraços numa encosta de montanha.

Após a sua descoberta, o local tornou-se rapidamente um ponto de atração para arqueólogos, meios de comunicação e entusiastas de todos os tipos, intrigados com a sua origem misteriosa.

Em 1996, pesquisas adicionais exploraram o local, revelando características mais detalhadas, como o que parecia ser um enorme arco ou portal de pedra, uniões em ângulos retos, esculturas, o que aparentam ser escadas, ruas pavimentadas e estruturas semelhantes a colunas.

As explorações estenderam-se a cinco locais arqueológicos subaquáticos perto de três ilhas costeiras, com profundidades entre os 6 e os 30,5 metros. Estes locais apresentam intrigantes características semelhantes, alimentando ainda mais o debate, nota o Ancient Origins.

Os defensores da teoria de que o Monumento de Yonaguni é feito pelo homem citam elementos específicos como dois buracos redondos e uma fila de orifícios menores que se assemelham aos produzidos em antigas pedreiras, e marcas que sugerem o uso de ferramentas semelhantes a cunhas.

O sismólogo marinho Masaaki Kimura apoia esta teoria, e aponta haver sinais de envolvimento humano na construção do monumento.

Por outro lado, os céticos argumentam que as características observadas em Yonaguni podem ser encontradas em formações naturais de arenito em todo o mundo, e realçam que, embora a concentração de formações incomuns e ângulos de 90 graus numa área tão confinada seja invulgar, não é prova definitiva de construção humana.

Apesar do debate em curso, o Monumento de Yonaguni permanece um local atraente e misterioso, continuando a atrair investigadores e turistas fascinados pelo mistério das suas origens — sejam elas o trabalho de mãos humanas antigas ou expressões artísticas da própria natureza.

ZAP //



A icónica torre da BT em Londres vai ser transformada num hotel

Com 177 metros de altura, a famosa Torre da BT, em Londres, está prestes a embarcar numa nova jornada à medida que transita de um marco de telecomunicações para um hotel de luxo.

O Grupo BT anunciou recentemente ter chegado a acordo para a venda da sua icónica torre, por 275 milhões de libras (cerca de 322 milhões de euros) à norte-americana MCR Hotels.

Segundo a New Atlas, a torre irá assim deixar de ser um símbolo da multinacional de telecomunicações britânica, para se transformar num hotel.

Embora os detalhes específicos da metamorfose ainda não tenham sido totalmente divulgados, a MCR Hotels anunciou planos para converter o edifício num espaço de alojamento de luxo, assegurando que o seu caráter distintivo vai ser preservado.

“Estamos entusiasmados por poder revitalizar a Torre BT, num processo que irá envolver a comunidade local e honrar o património do edifício no processo, adiantou Thomas Heatherwick, fundador do conceituado gabinete de arquitetura britânico Heatherwick Studio, que foi encarregado do design do novo hotel.

Originalmente conhecida como Torre dos Correios e inaugurada pelo Primeiro-Ministro Harold Wilson em 1965, a Torre BT tornou-se o edifício mais alto da capital britânica até 1980, ano em que cedeu o lugar à Torre NatWest, com os seus 183 metros de altura.

A icónica torre desempenhou um papel crucial na rede de telecomunicações do Reino Unido, tendo sido responsável por lidar com milhares de chamadas telefónicas e distribuir canais de televisão.

Curiosamente, apesar da sua proeminência, a localização da torre era até ao final dos anos 1980 omitida dos mapas ao abrigo do Official Secrets Act do Reino Unido, embora dificilmente fosse um segredo para o público.

A torre testemunhou vários momentos históricos e hospedou celebridades no seu restaurante giratório durante os anos 60.

No entanto, foi encerrada ao público nos anos 70, após um ataque à bomba reivindicado pelo IRA e na sequência de crescentes preocupações de segurança. Desde então, tem sido usada principalmente para eventos corporativos e de caridade.

A venda da torre enquadra-se na atual estratégia do Grupo BT de consolidar o seu portfólio de propriedades, simplificar as suas operações e reduzir custos. A empresa britânica tinha já vendido em 2019.

A transformação da torre de telecomunicações em hotel, cuja data de conclusão ainda não foi anunciada, vai mudar a paisagem arquitetónica e cultural de Londres — não tanto, claro, como o imaginaram os imortais Goodies na década de 1970.

ZAP //



Nunca se venderam tantas férias (e Caraíbas chega a ser mais barato do que Portugal)

teachandlearn / Flickr

Hotel nas Bermudas

Aumento de 20% na procura por viagens em comparação ao período homólogo — que já tinha sido o melhor ano da história para o setor. “É possível ir para as Caraíbas ou Cabo Verde a um preço mais barato do que para alguns sítios em Portugal”, mas o território nacional continua a ser o preferido.

Apesar da inflação, notada também nos preços das viagens, a procura por pacotes de férias disparou em Portugal no início de 2024: é recorde de vendas, confessa o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).

“Os portugueses estão a comprar férias como nunca tinham comprado”, diz Pedro Costa Ferreira ao Dinheiro Vivo, que confessa estar “espantado” com os novos dados, que excedem — e muito — as expectativas do mercado.

“Venderam-se muitos milhões de euros de reservas de verão na Bolsa do Turismo de Lisboa (BTL). O verão já está a aquecer e, aparentemente, está a haver antecipação de reservas”, confessa, apesar do atual cenário económico marcado “pela subida das taxas de juro, perda do poder de compra, instabilidade política e guerras”.

“Temos mais capacidade de transportar portugueses para os diversos destinos e ainda assim a grande verdade é que continuam a comprar como nunca”, sublinha, destacando o aumento de 20% na procura por viagens em comparação ao período homólogo — que já tinha sido o melhor ano da história para o setor.

“Não podemos explicar porque é que isto está a acontecer, apenas podemos relatar que está, de facto, a acontecer”, adianta.

Os hotéis são os que apresentam maior subida de preços, enquanto as viagens aéreas registaram subidas “mais modestas”.

“Os valores da hotelaria portuguesa têm vindo a aumentar e isso faz com que alguns destinos estrangeiros de proximidade se tornem mais apelativos e competitivos, comparativamente a alguns destinos nacionais”, diz ao jornal o diretor geral de vendas e marketing da Agência Abreu, que confessa que é possível ir para as Caraíbas ou para Cabo Verde a um preço mais barato do que para alguns sítios em Portugal”. Mas Portugal continua a ser o preferido.

“Portugal manter-se-á, este ano, como o principal destino de férias dos portugueses. Ao longo do país há uma nova oferta utilizada cada vez mais pelos portugueses. O maior sucesso da Madeira nos últimos anos foi o mercado interno e temos de pensar também no êxito dos Açores. Tudo está a crescer, não creio que se possa dizer que pelo facto de no mundo existirem ofertas mais agressivas e de os portugueses viajarem também mais para fora estão a fugir de Portugal. Estão a escolher entre as várias oportunidades as boas oportunidades que existem fora de portas”, afirma Pedro Costa Ferreira.

A diversidade de destinos escolhidos reflete uma tendência para viagens mais temáticas e experiências culturais, com um interesse crescente por destinos considerados “fora da caixa”, como o Japão, a Índia, e até opções mais exóticas como o Iraque e a Coreia do Norte.

ZAP //



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