Uma cidade-fantasma, um silêncio assustador, uma experiência inesquecível. Há quem nem pense nisso, há quem adore.
Os locais abandonados, ou cidades-fantasma, assustam algumas pessoas, que recusam sequer aproximar.
Para outras pessoas, que gostam mais de aventura, este arrepio é um fascínio; querem descobrir as histórias dos edifícios em ruínas e passear pelas ruas desertas sob um silêncio assustador.
Outubro, dizem, é mês “das bruxas” e a plataforma Musement partilhou com o ZAP uma lista de 9 cidades ou aldeolas abandonadas, assustadoras – ou cativantes. Há um exemplar português.
Começamos pela Turquia: Kayakoy, uma cidade-fantasma. Ficou sem habitantes há cerca de 100 anos por causa da guerra com a Grécia. Só vemos ruínas de centenas de casas de pedra, sem telhado. Mas ainda estão lá, entre a vegetação rasteira. É uma visão verdadeiramente apocalíptica.
Atravessamos o oceano Atlântico até à cidade-fantasma Nelson, nos Estados Unidos da América. O famoso “Velho Oeste”. Era um dos principais depósitos de ouro e prata do sul de Nevada, era o lar de criminosos – nem a polícia ia lá. As minas fecharam em 1945 e houve uma cheia forte pouco depois. A cidade ficou sem pessoas mas ainda tem prédios, máquinas de extracção e uma estação da petrolífera Texaco.
Continuamos nos EUA e em Nevada: Rhyolite era também local de minas. Chegou a ter hotéis, hospital, escola, centrais energéticas… Até que chegou a crise financeira de 1907; minas encerradas, bancos falidos, cidade sem electricidade e vazia. Há por exemplo ruínas de um prédio de três andares que era a sede de um banco ou partes da antiga prisão.
Aqui ao lado temos Belchite, perto de Saragoça. Uma aldeola que é um dos retratos mais fiéis da Guerra Civil em Espanha. Ficou a arquitetura, ficaram as ruínas da Torre do Relógio ou da Igreja de San Martín de Tours. E há quem diga que viu… actividades paranormais naquele local.
Old Sinies, na Grécia, cujas origens remontam à Idade Média, é uma aldeola de acesso difícil. Na altura, era um local perfeito para se proteger contra ataques de piratas. Mas os seus habitantes foram mudando de casa para mais perto do mar, com o passar das décadas e dos séculos, e ficou deserto. Mais ruínas das casas de pedra cercadas por vegetação, além de três templos que ainda resistem.
Ainda na Grécia, Spinalonga é uma ilha famosa pelas suas inúmeras batalhas e por ter sido a casa de leprosos durante a primeira metade do século XX. Agora só há casas abandonadas, hospital abandonado, escola abandonada… É um local para ver como viviam os doentes, em parte.
Na Índia está Fatehpur Sikri, que chegou a ser a capital do Império Mogol. Mas faltava um “pormenor” naquela cidade: água. Fatehpur Sikri foi completamente abandonada poucos anos depois. Ficaram os edifícios de arenito vermelho.
Quase a fechar, voltamos à Europa: Craco, em Itália, fica no topo de uma colina com quase 400 metros de altura e rodeado de ravinas. Viveu uma época de esplendor na Idade Média mas um grande deslocamento de terras há 60 anos “esvaziou” Craco. É um silêncio sepulcral, agora, com ruínas de casas, igrejas e palácios.
Por fim, Portugal. Vilarinho da Furna (Braga), uma aldeia no Parque Nacional da Peneda-Gerês… submersa pela albufeira da barragem de Vilarinho das Furnas, em 1971. Um local com grande riqueza etnográfica que ainda é possível – quando o nível da água baixa: vemos casas, caminhos, muros.