Atlântidas da vida real. Entre cidades antigas e futuristas, há um mundo submerso a descobrir

Ruthven / Wikimedia

Cidade submersa Baiae

Desde civilizações antigas que se afundaram até planos para cidades futuristas submersas, há todo um mundo para ser explorado nas profundezas do oceano.

Já há séculos que a mítica cidade de Atlântida suscita a curiosidade sobre as cidades afundadas no oceano, tendo a história até sido eternizada num filme da Disney. Mas apesar de a existência da mítica cidade afundada ser apenas uma lenda, há muitas cidades reais a visitar que por motivos mais ou menos naturais, acabaram submersas.

Port Royal, Jamaica: cidade malvada

Reza a lenda que foi uma vez um refúgio para piratas como Sir Henry Morgan e conhecida como a “cidade mais malvada do Ocidente“, famosa pelo dinheiro e álcool.

Um terramoto em 1692 levou à destruição da maior parte da cidade original, mas este tesouro arqueológico ainda pode ser visitado já que foram encontrados oito edifícios em diferentes estados de degradação. A UNESCO descreveu a cidade como uma “colecção incomparável de artefactos in situ“.

Baiae, Itália: Atlântida para turistas

Conhecida pelos seus hábitos hedonistas, durante 2000 anos Baiae foi uma atracção para visitantes ricos que queriam tomar banho nas termas e spas. Muitos imperadores romanos adicionaram palácios e piscinas à cidade e as festas com álcool à mistura nas praias eram comuns, até ao saque no século VIII pelos sarracenos.

Ruthven / Wikimedia

Cidade submersa Baiae

Baiae foi desertada por volta de 1500 e ficou submersa devido a actividade por baixo da crosta terrestre. Hoje em dia, tanto as ruínas debaixo de água como as que ainda estão à superfície estão abertas a visitas turísticas – uma Atlântida à espera de visitas.

Heracleion, Egipto: estátuas gigantes a 2000 metros

Localizada na costa da cidade de Abu-Qir perto de Alexandria, fica a cidade de Heracleion. Descoberta em 2000 a nove metros de profundidade, escavações na cidade já encontraram estátuas gigantes, jóias, navios naufragados ou moedas datadas do reinado Ptolemaico.

Até agora, não há certezas sobre o que terá levado ao afundamento, mas inundações causadas pelas marés ou terramotos podem ser a chave, já que a cidade foi construída sobre muita argila, o que permite aos edifícios afundarem-se lentamente.

Franck Goddio / Wikimedia

Heracleion, cidade egípcia submersa

Pavlopetri, Grécia: uma Atlântida de há 5000 anos

Descoberta em 1967 pelo geoarqueólogo marinho Nic Flemming, esta a cidade submersa foi originalmente datada da era Micênica (entre 1600 e 1100 A.C), mas os arqueólogos agora acreditam que a cidade pode ter mais de 5000 anos.

Em 2009, uma equipa de investigadores internacionais fez uma pesquisa da área com equipamentos robóticos debaixo de água, o que lhes permitiu criar uma imagem 3D do que Pavlopetri teria sido no seu auge. Uma designação patrimonial da UNESCO em 2016 tem ajudado a proteger a cidade de danos causados por navios, poluição ou construções na área.

Atlit-Yam, Israel: uma mulher e um bebé com história

Era mais uma vila do que uma cidade, mas Atlit-Yam, localizada na costa norte de Israel, ainda tem uma quantidade impressionante de material debaixo de água, especialmente tendo em conta que o sítio tem entre 7500 e 8000 anos.

Dois indivíduos enterrados na cidade, uma mulher e um bebé, mostram indícios de terem tido tuberculose, sendo assim os mais antigos doentes de tuberculose encontrados até agora. O aumento do nível das águas do mar acabou por obrigar os residentes a abandonar a cidade.

Hanay / Wikimedia

Atlit-Yam, cidade submersa em Israel

Shi Cheng, China: a Atlântida do leão

Ficou submersa em 1959 quando o lago aritifical Qiandao foi construído para criar energia hidroeléctrica. Shi Cheng, que significa cidade do leão, foi fundada há 1400 anos, mas só foi redescoberta em 2001.

É a casa de muitos artefactos da arquitectura das dinastias Ming e Qing como templos ou pagodes. Devido à temperatura e à profundidade a que se encontra, apenas mergulhadores experientes podem visitar esta Atlântida chinesa.

Ocean Spiral, um projecto para o futuro

Há muitos exemplos de cidades do passado submersas, mas e as Atlântidas futuro? É para isso que a empresa japonesa Shimizu Corporation está a trabalhar.

“Está na hora de criarmos um novo interface com o oceano profundo, a última fronteira da Terra. O oceano cobre 70% da superfície da Terra. Cerca de 80% disso é oceano profundo. O oceano profundo tem um enorme potencial para garantir ciclos adequados na biosfera global. Mas nós ainda não aproveitamos esse potencial“, escreve a empresa.

A proposta descreve a Ocean Spiral como “mais segura e confortável” do que as cidades actuais por não ser afectada por furacões ou terramotos e devido à temperatura constante do oceano.

A empresa ambiciona também conseguir gerar concentrações de oxgénio maiores do que na atmosfera terrestre. Apesar de soar a coisa de filme de ficção científica, a Shimizu Corporation acredita que a Ocean Spiral possa ser uma realidade já em 2030.

AP, ZAP //



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