O Museu do Louvre, em Paris, vai treinar refugiados sírios e iraquianos como guias turísticos para os visitantes que solicitam um tour em árabe.
Para os refugiados e requerentes de asilo, é agora gratuito entrar no Museu do Louvre, de acordo com a ABC. Dessa forma, o museu nacional de França vai replicar a mesma estratégia que vários museus em Berlim, na Alemanha, implementaram em 2015 sob o nome de “Multaka” e que, por sua vez, inspiraram vários museus em Oxford, no Reino Unido.
De momento, a área de arte islâmica do Louvre, sob a direção de Yannick Lintz, está em conversações com a fundação saudita Alwaleed Philanthropies para aconselhá-lo a adaptar o programa “Multaka” às prioridades do museu e ao contexto da França.
Esta mesma associação, fundada por Al-Waleed bin Talal e princesa Ameerah, doou 9 milhões de euros ao Museu de Arte Islâmica de Berlim, em 2018, para lançar o “Multaka” e apoiar outras iniciativas.
A associação também doou uma quantia desconhecida de dinheiro ao Louvre para diferentes fins, como redesenhar as suas galerias dedicadas à arte islâmica. Sabe-se, no entanto, que a mesma fundação fez doações de 17 milhões de eurosao museu nacional em 2005 para a criação da sua área de arte islâmica.
De acordo com as declarações de Yannick Lintz à revista de arte The Art Newspaper, a última colaboração entre as duas instituições remonta ao início de 2017, quando a capital francesa ainda estava a recuperar-se dos ataques terroristas de 2015, reivindicados pelo Estado Islâmico.
Lintz espera que um programa de extensão no estilo Multaka nas galerias islâmicas seja “o primeiro passo para as [comunidades de refugiados] adotarem o museu e abrirem as suas mentes para a cultura internacional”. E com “mais de 30 nacionalidades diferentes” entre o público potencial em Paris, o projeto do Louvre pode estender-se para outros idiomas além do árabe e do francês. Espera-se que mais detalhes sejam anunciados em 2020.