Domingo, Abril 27, 2025
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Son Doong, a maior caverna do mundo, continua a crescer

 

hughderr / Flickr

A caverna de Hang Son Doong, a maior do mundo

Uma década após ter sido descoberta nas selvas vietnamitas, Son Doong, a maior caverna do planeta, continua a surpreender os exploradores, que encontraram uma passagem submersa que a conecta a outra cavidade e aumenta ainda mais o seu tamanho.

Desde que percorreram Son Doong pela primeira vez, em 2009, e se certificaram de que era a maior caverna jamais explorada, a equipa de espeleólogos britânicos liderada por Howard Limbert observou um rio que desaparecia numa parede da caverna e reaparecia numa outra gruta próxima.

“Estávamos certos de que o rio que desaparecia em Son Doong era o mesmo que reaparecia na caverna de Hang Tung, a 600 metros”, disse à Agência Efe Debora Limbert, integrante da expedição e assessora da Oxalis Adventure, a empresa que organiza passeios dentro da caverna.

Parte da resposta surgiu há poucos dias, quando os mergulhadores especializados Christopher Jewell, Jason Mallinson, John Volanthen e Richard Stanton descobriram uma passagem que, em tese, leva à caverna de Hang Tung.

O entusiasmo da exploração, no entanto, diminuiu quando ficou comprovado que a passagem não está a 25 metros de profundidade, como era estimado, mas muito mais abaixo, a pelo menos 93 metros (abaixo do nível do mar), o que dificulta o acesso.

Os mergulhadores, conhecidos pela participação no resgate dos 12 rapazes que ficaram presos numa caverna na Tailândia em junho do ano passado, só conseguiram chegar a 77 metros de profundidade por não terem equipamentos especiais, mas as medições confirmam a existência do túnel subaquático.

“É preciso voltar para entrar na passagem e tentar chegar à outra caverna. Não sabemos se será possível fazer este ano, antes do início da temporada de chuvas ou se será preciso esperar pelo ano que vem”, disse Limbert.

Caso seja confirmada a ligação, a caverna adjacente passaria a fazer parte de Son Doong, o que engrandeceria ainda mais as já descomunais dimensões.

“Já podemos dizer que Son Doong é maior do que era. Normalmente, contamos desde a superfície da água, mas dada a existência do túnel, contamos esses 93 metros de profundidade. A dúvida é se também inclui a outra caverna, isso só será possível de comprovar se alguém passar para o outro lado pelo túnel”, explicou a espeleóloga.

Embora tenha certeza de que existem cavernas maiores na Terra, Son Doong é a maior já explorada pelo ser humano, com um volume total de 38,5 milhões de metros cúbicos de água, muito maior do que a chamada Caverna dos Cervos, na Malásia.

A descrição da empresa de turismo diz que Son Doong é um universo único, com clima próprio, “uma obra-prima da natureza com paisagens sobrenaturais e enormes estalactites e estalagmites esculturais”.

A caverna foi descoberta em 1991 por Ho Khanh, um morador da região que se escondeu de uma tempestade dentro dela. Sem saber da sua importância, não memorizou a localização. O relato de Khanh, no entanto, foi imprescindível para os espeleólogos britânicos que em 2009 exploraram Son Doong e atestaram que é a maior caverna do planeta.

A região do Parque Nacional de Phong Nha-Ke Bang, onde em 2016 foram filmadas partes da superprodução de “Kong: A Ilha da Caveira”, é um paraíso para os espeleólogos, que estimam que apenas 30% das cavernas da região de selva montanhosa foram descobertas até hoje.

ZAP // EFE



França vai proibir circulação de trotinetas elétricas nos passeios das cidades

O governo francês anunciou que vai proibir a circulação de trotinetas elétricas nos passeios nas cidades a partir de setembro, que passa a estar sujeita a uma multa de 135 euros.

Numa entrevista ao jornal francês Le Parisien, a ministra dos Transportes francesa, Elisabeth Borne, defende que a evolução da circulação de trotinetas, que invadiram as ruas das grandes cidades francesas nos últimos meses, “foi muito rápida e anárquica”.

Assim, e por a “lei da selva” ter passado a vigorar, a circulação das trotinetas vai passar a estar enquadrada num conjunto de regras para que “os peões não tenham mais de se raspar nos muros”, adiantou a ministra, explicando que estas novas regras serão aplicadas aos “engenhos de deslocação pessoal motorizados” (EDPM), que incluem as trotinetas elétricas e outros.

Com as novas regras, os utilizadores destes veículos alternativos deverão circular nas cidades nas ciclovias ou nas estradas, enquanto nos passeios o veículo deve ser levado à mão com o motor desligado. Fora das cidades, a circulação deste tipo de veículos será proibida na estrada e limitada às vias verdes e ciclovias.

Em termos de idades, para conduzir estes veículos será necessário ter um mínimo de oito anos e o transporte de passageiros será proibido, bem como a utilização de auscultadores. Os utilizadores com menos de 12 anos vão ter de utilizar capacete como para andar de bicicleta. As regras também impõem que os veículos estejam equipados com luzes à frente e atrás, dois travões e uma buzina.

Como a França, o Peru decidiu recentemente banir dos passeios as trotinetas elétricas e numerosas cidades regulamentaram a utilização destes veículos, apresentados pelos apoiantes como um meio de transporte ecológico mas que causam cada vez mais acidentes.

Pelo menos 1.500 pessoas receberam tratamentos na sequência de acidentes com trotinetas elétricas nos Estados Unidos desde o final de 2017, anunciou em fevereiro uma organização de defesa do consumidor. Barcelona, esmagada pelo turismo de massas, baniu totalmente o aluguer de trotinetas em auto serviço.

// Lusa



Amesterdão vai proibir veículos a gasolina e diesel a partir de 2030

Carros e motas movidos a gasolina e diesel vão ser proibidos em Amesterdão a partir de 2030, comunicou o conselho municipal da capital holandesa esta quinta-feira. Segundo as autoridades locais, trata-se de um esforço para despoluir o ar da cidade.

“A poluição costuma ser um assassino silencioso e é um dos maiores riscos à saúde em Amesterdão”, disse a conselheira de trânsito da cidade, Sharon Dijksma. Apesar do uso generalizado de bicicletas na Holanda, a nível de poluição do ar fica acima do nível permitido pelas normas europeias em muitas áreas do país, principalmente devido ao tráfego pesado em Amesterdão e na cidade portuária de Roterdão.

O Ministério da Saúde da Holanda alertou que os níveis atuais de dióxido de nitrogénio e de material particulado podem levar a doenças respiratórias e que a exposição crónica pode reduzir a esperança de vida em mais de um ano.

O governo da cidade de Amesterdão comunicou que pretende substituir todos os motores a gasolina e diesel por alternativas livres de emissões, como carros elétricos e a hidrogénio, até ao final da próxima década.

A medida começará a ser implementada em 2020, com o banimento de carros a diesel produzidos antes de 2005. A proibição será gradualmente expandida. O governo local afirmou que pretende oferecer subsídios e permissões de estacionamento para estimular os cidadãos a trocarem os seus carros por veículos mais limpos.

A associação da indústria automóvel holandesa criticou os planos e afirmou que as pessoas pobres, “que não têm dinheiro para um carro elétrico”, serão excluídas da cidade.

Amesterdão segue uma tendência internacional. Madrid já anunciou que vai restringir o acesso à cidade de veículos a diesel e gasolina fabricados antes de 2000. Roma pretende fechar o centro da cidade para veículos a diesel a partir de 2024.

ZAP // DW

Estádios de futebol da Europa atraem turistas brasileiros (e o mais bonito é em Portugal)

arminrodler / Flickr

Estádio da Luz, casa do S.L.Benfica

Com opções de arte, cultura e compras, Europa tem estado a consolidar-se como destino turístico favorito dos brasileiros. E os estádios de futebol entram cada vez mais nos roteiros dos viajantes.

Viajar para o estrangeiro é um dos principais sonhos de consumo dos brasileiros. É o que revelou uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), realizada em parceria com o portal Meu Bolso Feliz, que trabalha com educação financeira.

De acordo com o estudo, essa é uma prioridade para 15% das pessoas. Por comparação, 12% pretendem viajar pelo Brasil e outros 9%, comprar um carro.

Apesar de os Estados Unidos serem conhecidos como o país que mais atrai turistas brasileiros, principalmente a região da Flórida, a Europa tem se consolidado um dos principais destinos de quem faz viagens internacionais.

Em Portugal, por exemplo, o número de visitantes provenientes do Brasil foi de 870 mil ao longo de 2017, representando um aumento de 39% em relação ao ano anterior.

De acordo com quem trabalha na área de turismo, esse aumento no interesse pelo Velho Mundo tem uma série de razões. Entre elas estão o aumento na quantidade de voos, bem como um maior conhecimento das atrações da região, que, por sua vez, agradam a todos os públicos.

Europa atrai todo o tipo de turistas

Museu do Louvre, Coliseu e Templo da Sagrada Família. Essas atrações, localizadas, respectivamente, em Paris, Roma e Barcelona, estão entre os locais turísticos mais visitados do mundo.

Apesar de haver muitas outras atrações na Europa, estes três focos de atenção pontos mostram algo importante: o ponto forte do turismo pelo Velho Mundo é a cultura. Assim, quem se interessa por cultura tende a preferir a Europa como destino de férias.

Ainda assim, é interessante notar que a Europa é muito mais do que cultura. Por exemplo, cidades como Berlim, Barcelona, Ibiza e Mykonos destacam-se pela vida noturna agitada, que tende a atrair jovens.

Além disso, países como Itália e França atraem habitualmente os entusiastas do turismo gastronómico e enológico. Já os amantes dos desportos de inverno podem aventurar-se nos Alpes Suíços, bem como nas montanhas do norte de Itália.

Apesar de estes serem os roteiros mais tradicionais de quem opta por passar as férias no Velho Mundo, há, ainda, outro grupo de pontos turísticos que tem se popularizado: os estádios de futebol.

Estádios de futebol também são atração

Ano após ano, entusiastas do mundo todo acompanham campeonatos como a Champions League, a Bundesliga (campeonato alemão) e La Liga (campeonato espanhol).

O motivo por trás dessa atenção é o facto de, apesar dos escândalos no futebol europeu, as aquisições de jogadores de topo e a excelência técnica têm feito com que o desporto no velho continente continue a consolidar-se como o melhor do mundo.

Como o futebol é uma paixão nacional no Brasil, não há nada mais natural que o interesse dos turistas do nosso país pelos estádios europeus. Para os clubes desse continente, isso é extremamente interessante, já que as entradas pagas pelos visitantes são uma fonte de renda importante.

Entre todos os estádios abertos aos turistas, um das mais populares é o Camp Nou, casa do Barcelona. Com capacidade para 100 mil espectadores, tem uma estrutura majestosa, que inclui até um museu sobre a história da equipa.

Apesar de afastado do centro da cidade, o acesso é fácil: basta tomar o metro. Muito por causa da enorme imagem do Barcelona a nível mundial, o estádio tornou-se um dos mais importantes pontos turísticos da cidade. Só em 2010, mais de 1,3 milhão de pessoas o visitaram além dos dias de jogos da equipe catalã.

Outro estádio que é considerado lendário pelos fanáticos por futebol é o Stade de France. Localizado em Saint Denis, ao norte de Paris, foi o local que acolheu a lendária partida entre as seleções da França e do Brasil, onde Zinedine Zidane se destacou e ajudou os europeus a conquistarem o título do Mundial de 98.

Do outro lado do Canal da Mancha, há uma arena que atrai também visitantes do mundo todo: o Estádio de Wembley, localizado em Londres.  Além de ter um design interior bastante particular (o vermelho é a cor que domina a decoração), é a sede de uma série de partidas importantes, como a final da Liga Inglesa e da FA Cup.

lloydi / Flickr

Estádio de Wembley, Londres: palco para todo o tipo de espectáculos

Além disso, foi a casa de alguns dos embates das Olimpíadas de Londres (2012) e de duas decisões da Champions League (de 2011 e 2013). Considerado um dos templos desportivos mais famosos do mundo e exemplo de excelência da arquitetura contemporânea, o estádio também é cenário de todo o tipo de espectáculos.

Por mais que a paixão pelo futebol seja o principal fator que faz com que turistas optem por visitar estádios durante suas férias, também há estádios que são conhecidos por serem obras de arte da arquitetura.

É o caso, por exemplo, da Allianz Arena, localizada em Munique. Casa do Bayern de Munique e do Munique 1860, chama a atenção por ter um exterior diferenciado, totalmente branco e com a superfície texturizada. Nos dias de jogo, a estrutura ganha um toque especial e é iluminada com as cores da equipa que joga em casa.

Mas o estádio mais bonito da Europa, segundo uma eleição promovida pelo jornal francês L’Équipe é o Estádio da Luz, o time português Benfica, que conquistou 48% dos votos, contra 17% do Parque dos Príncipes e 9% do Estádio de França.

A “catedral” como é chamado pelos torcedores, é um dos principais pontos turísticos da capital Lisboa e o passeio para conhecê-la é muito procurado por torcedores do time e por turistas de todo mundo. Com capacidade para 65.000 pessoas, é o 21º maior estádio da Europa em termos de capacidade.

Guia de Viagens //



Primeiro hotel em Cabo Verde contra o plástico já eliminou frasquinhos e palhinhas

Salinas de Pedra Lume, Cabo Verde

Os frascos de champô e as palhinhas de plástico já foram eliminados e a seguir serão os pacotes individuais de manteiga e ketchup a desaparecer do hotel Trópico, o primeiro em Cabo Verde a promover a redução do plástico.

A medida faz parte de uma cruzada pelo ambiente assumida pelo grupo Pestana, que detém perto de 100 unidades hoteleiras em 15 países, e que chega agora a Cabo Verde, onde possui um hotel na cidade da Praia. Nesta unidade hoteleira já não existem as doses únicas de champô e de gel de banho, tendo sido colocados dispensadores.

A medida, aparentemente insignificante, representa a eliminação de oito milhões de frascos de plástico por ano em todos os estabelecimentos do grupo, disse à agência Lusa o diretor do Pestana Trópico, Vítor Santos.

“Estamos sensibilizados com o tema do ambiente”, disse, recordando que este hotel já tem 40% de energia solar. “Tivemos esta iniciativa de nos envolvermos com os guerreiros do ambiente e, sobretudo, pretendemos que sejam os nossos fornecedores de produtos a darem-nos soluções para um tema que é urgente”, comentou.

É precisamente na compra dos produtos que as dificuldades são maiores, referiu, afirmando que “o plástico impõe-se pelo preço“. “É fácil comprar de uma forma muito barata o plástico. O verde é um tema ainda caro. O consumidor final não está disposto a pagar, muitas vezes”, sublinhou.

Vitor Santos garante que o grupo Pestana “está a dar um passo e a dizer não”. “Queremos o verde e os nossos clientes serão embaixadores das nossas políticas a favor do ambiente. Este é um tema urgente, é agora que temos de fazer alguma coisa pelas gerações vindouras”, defendeu.

Os dispensadores de champô e gel de banho foram os primeiros a serem eliminados deste hotel. Seguiram-se as palhinhas, sendo agora possível beber apenas com tubos de papel, que são muito mais caras. “A mesma quantidade de palhinhas fica sete euros mais cara se for de papel do que se for de plástico”, exemplificou.

“O que estamos a fazer é, de certa forma, a dar um passo em frente e a dizer que não queremos plástico e que pagamos mais, se for preciso, para ter uma redução do impacto ambiental”, assegurou Vitor Santos.

O grupo Pestana tem apenas um hotel em Cabo Verde, com 93 quartos, mas existem dezenas de unidades hoteleiras nas ilhas cabo-verdianas, com milhares de quartos.

A redução do plástico terá, por isso, um impacto enorme se a medida for seguida por outros hotéis, afiançou. “O cliente tem de ser envolvido, ele tem de sentir que o hotel é persistente neste tema”, declarou. “Os clientes acabam por escolher um hotel verde”.

Para assinalar o compromisso do Pestana Trópico com o programa de redução do plástico, realiza-se hoje neste hotel um evento — o PLASTx Talks — em que participam vários “embaixadores na defesa do ambiente”.

// Lusa

Nova Iorque vai ter rua chamada “Rua Sésamo”

Nova Iorque comemorou na quarta-feira o 50.º aniversário da série de televisão infantil “Rua Sésamo”, dando-lhe o nome de uma rua, numa cerimónia que contou com a presença de autoridades locais, fãs do programa e dos protagonistas peludos.

A nova rua, que agora se chama “Sesame Street” rua Gergelim, fica no mesmo local onde estão os escritórios da empresa de produção Sesame Workshop.

“Cada pessoa que passar agora vai lembrar-se das lições intemporais que aprendeu com a Rua Sésamo: respeito, igualdade de oportunidades e felicidade”, disse o CEO da Sesame Workshop, Jeffrey Dunn, na presença das personagens Bert, Ernie e do Monstro das Bolachas.

Já o perfeito da cidade de Nova Iorque, Bill de Blasio, destacou a forma como este programa “mudou o país” e ensinou as crianças a praticarem “ativismo social da maneira mais bonita”.

“O programa fez uma escolha de mostrar às pessoas que formam a sociedade, rostos negros ou escuros, jovens e velhos, homens e mulheres, que todos são iguais”, disse o prefeito, que a título pessoal lembrou como os seus filhos “viram o seu próprio bairro na Rua Sésamo”.

Além de proclamar a rua com o nome da série, De Blasio declarou que o dia 1 de maio passará a ser o Dia da Rua Sésamo, na cidade.

Rua Sésamo é a versão portuguesa do programa infantil norte-americano Sesame Street. Foi exibida pelos canais RTP1 e RTP2 entre os dias 6 de novembro de 1989 a 27 de maio de 1996. No total foram 440 episódios transmitidos, cada um durando 30 minutos.

O programa usava uma mistura de fantoches, animação e ação, ensinando às crianças pequenas lições de leitura e aritmética básicas, cores, letras, números ou os dias da semana. Também ensinavam noções básicas da vida pessoal e social, como por exemplo atravessar uma rua com segurança e a importância da higiene pessoal.

Para além dos atrativos infantis ao largo do programa foram inseridos elementos de humor maduro, como incentivo aos adultos a assistir ao programa com as crianças.

ZAP // Lusa



Maior Fórum Romano de Portugal é um campo de papoilas e lixo

Arqueologia das Cidades de Beja / Facebook

Fórum Romano de Beja em 2017

Classificado como “o maior de Portugal e um dos maiores da Península Ibérica”, o Fórum Romano de Beja está entregue ao lixo e às papoilas e ervas daninhas que crescem sem controlo, fruto do abandono a que o local está devotado. E não há no horizonte qualquer plano para a recuperação e preservação do monumento nacional único.

A arqueóloga Conceição Lopes redescobriu o Fórum Romano de Beja em 2008, após mais de 10 anos de escavações no local. Mas nos últimos 10 anos, o monumento não sofreu qualquer tipo de obra de recuperação ou de preservação.

Na actualidade, o Fórum Romano de Beja é um aglomerado de lixo, repleto de papoilas e de ervas daninhas que crescem descontroladamente, como reporta o Público. Com os “vestígios arqueológicos quase tapados”, o monumento “sofreu mais estragos” desde que foi redescoberto do que nos 2000 anos anteriores, segundo sublinha o jornal.

Alguns dos muros já caíram e as escavações arqueológicas, que ficaram a meio, não foram devidamente protegidas, pelo que há informações históricas que já se podem ter perdido para sempre.

O presidente da Câmara de Beja, Paulo Arsénio, eleito pelo PS, assume ao Público que a estrutura “já não apresenta a solidez de quando foi escavada” e que os vestígios arqueológicos estão “num estado de degradação que seria mais acentuado se tivesse chovido”.

Numa reunião do executivo municipal, em Outubro de 2018, Paulo Arsénio admitia que as “estruturas” do Fórum, “estando há três anos a céu aberto”, tinham sido “afectadas de sobremaneira com as últimas chuvadas” de Março e Abril do ano passado, como transcreve o Público.

O autarca referia, ainda, que havia “a possibilidade de alguns vestígios arqueológicos poderem vir a perder-se historicamente para sempre” e apontava para uma “tomada de decisão rápida”.

Mas, neste momento, a autarquia ainda não sabe “quando vai arrancar o projecto de recuperação” do Fórum Romano, segundo refere Paulo Arsénio ao jornal.

Conceição Lopes destaca, também em declarações ao Público, que não consegue “falar com o presidente da Câmara” para poder continuar a fazer as escavações e para “acabar o trabalho de pesquisa que está programado”.

Enquanto isso, as excursões de turistas que viajam até Beja têm o Fórum Romano como um dos pontos de interesse a visitar, mas, além do abandono a que o local está votado, ainda se deparam com uma vedação “fechada a cadeado” que impede a visita, de acordo com o Público.

Além do Fórum, que é maior do que o existe em Évora, também da época dos romanos, há no local um edifício pré-romano que reporta à Idade do Ferro e que está igualmente em risco.

Mais ao lado, o Centro de Arqueologia e Artes, que foi recuperado num investimento de 2,2 milhões de euros, está também abandonado desde que ficou pronto há dois anos. E “não há qualquer projecto para o seu uso”, segundo Paulo Arsénio.

Também sem qualquer definição estão os vestígios da Casa da Moeda de Beja, que foi descoberta em Agosto de 2012, após a detecção de quilos de moedas em cobre, junto ao Fórum Romano, que datam de 1525, durante o reinado de D. João III.

ZAP //



A capital da Indonésia vai mudar (mas não se sabe para onde)

A capital da Indonésia vai deixar de ser Jakarta. É uma das primeiras decisões anunciadas pelo recém-eleito presidente do país, Joko Widodo.

A nova liderança política indonésia ainda não revelou, contudo, qual será a nova capital do país, havendo apenas a certeza de que não será na super-povoada ilha de Java, onde vivem mais de 140 milhões de pessoas.

“O presidente decidiu transferir a capital para fora de Java, uma decisão importante”, disse Bambang Brodjonegoro, ministro da Planificação e Desenvolvimento Nacional, em entrevista coletiva após uma reunião do gabinete, acrescentando que o governo ainda não escolheu um novo local, de acordo com a agência Reuters.

A mudança pode demorar até dez anos, tendo em conta exemplos de outros países que também mudaram as suas capitais, como o Brasil, a Malásia ou o Cazaquistão.

No fim de 2017, o governo da Indonésia tinha anunciado que, até ao fim do ano de 2018, estaria concluído um estudo para transferir a capital do país. A cidade superpovoada, cujo solo se afunda até 20 centímetros por ano em algumas zonas, será substituída por outra.

Brodjonegoro não quis revelar as cidades candidatas antes de apresentar o estudo. O ministro de Obras Públicas e Habitação, Basuki Hadimuljono, disse em julho de 2017 que estão em estudo cidades em três províncias da parte indonésia da ilha de Bornéu. Segundo Brodjonegoro, entre 2018 e 2019 seriam realizadas as reuniões para estudar a transferência, que requer a construção de novos edifícios do governo.

Jacarta será mantida como capital empresarial e financeira, o que não deixa claro como a transferência pode ajudar a aliviar os problemas de superpopulação da cidade, que conta com mais de dez milhões de habitantes.

Cerca de 40% da capital indonésia já se encontra abaixo do nível do mar. Uma das medidas para tentar evitar que o problema piore é a construção de um grande dique na baía de Jacarta.

ZAP //

A Ilha da Páscoa está ameaçada. Os culpados são os turistas que tiram macacos do nariz às estátuas

MastaBaba / Flickr

Estátuas Moai, na ilha de Páscoa, no Chile

Embora o turismo possa trazer dinheiro para as economias locais, muitas vezes tem impactos negativos significativos nas comunidades nativas – principalmente em lugares com populações pequenas e ecossistemas frágeis, como Rapa Nui, a Ilha de Páscoa.

A pequena e remota ilha vulcânica na Polinésia testemunhou um enorme aumento no número de turistas nos últimos anos – a maioria dos quais se maravilha com as misteriosas estátuas de pedra, conhecidas como “moai”, erguidas entre 1100 e 1400. Agora recebe mais visitantes do que as pirâmides do Egito.

A arqueóloga Jo Anne Van Tilburg, da Universidade da Califórnia em Los Angeles – que apareceu recentemente no programa 60 Minutes da CBS – tem realizado estudos na ilha há quase 40 anos e testemunhou em primeira mão o impacto que o turismo teve.

“O meu estudo foca-se nos moais e o seu papel na cultura Rapa Nui”, disse Van Tilburg à Newsweek. “Estou interessada na forma como as sociedades criam e expandem o seu senso de identidade e propósito com o uso da arte. Eu fui a Rapa Nui em 1981 e investi basicamente a minha carreira arqueológica nos mistérios e na magia da ilha”.

“Em 1981, havia apenas cerca de 2.500 e 3.000 pessoas a viver na ilha e a contagem anual de visitantes era semelhante a esse número”, disse. “Hoje, a ilha recebe mais de 150 mil turistas por ano”.

Não é de surpreender que o número desproporcional de visitantes esteja a afetar a comunidade local – que atualmente conta com cerca de 5.700 pessoas – de várias maneiras. “Como em todo lugar, o turismo no nível atual está a ter um impacto extremamente negativo sobre os recursos naturais de Rapa Nui, especialmente na água”, disse Van Tilburg. “Toda a infraestrutura é tensa. O turismo tem um impacto muito negativo no senso de comunidade de Rapa Nui”.

Particularmente desanimador é o frequente comportamento desrespeitoso de alguns viajantes que ignoram as regras pisando áreas protegidas, andando em cima de sepulturas e subindo aos moais, às vezes apenas para tirar uma selfie, a “tirar macacos do nariz da estátua”.

Isto pode levar as estátuas a ficarem danificadas – exacerbando os efeitos da deterioração natural dos elementos. O comportamento é insensível, dado que as esculturas são sagradas para a comunidade Rapa Nui, lembrando os seus ancestrais e as suas relações com os deuses, disse Van Tilburg.

“Estou incomodada com a falta de interesse turístico genuíno na ilha e o seu povo”, disse. “Há uma falta de apreciação pelo passado de Rapa Nui. Parece que muitos desejam apenas inserir-se na história tirando uma selfie com as estátuas”.

Em 1995, a UNESCO designou a Ilha de Páscoa como Património da Humanidade e grande parte da massa de terra é protegida como parte do Parque Nacional de Rapa Nui, que a comunidade local controla. No entanto, Van Tilburg acredita que é preciso fazer mais para proteger os antigos tesouros para as gerações futuras.

“A comunidade de Rapa Nui está muito determinada em proteger a sua herança”, disse. “Os métodos de preservação são conhecidos. As ferramentas estão disponíveis. A tarefa é que os Rapa Nui avancem juntos com um propósito unido e tomem medidas decisivas”.

“Como património mundial, o mundo prometeu cuidar da ilha. Todos nós precisamos de fazer a nossa parte para preservar o passado”, disse. “Os turistas podem estudar e aprender antes de viajarem para a ilha. Podem mostrar o devido respeito pelos outros. Podem remover os seus egos – e os seus selfie sticks – da paisagem e aprender a apreciar o passado”.

ZAP //



As cabras marroquinas estão a ser obrigadas a subir às árvores por causa dos turistas

Os agricultores marroquinos repararam na forma como as cabras trepadoras de árvores movimentam os turistas e desenvolveram um esquema que as força a trepar às árvores contra a sua vontade.

O fotógrafo de natureza Aaron Gekoski diz que descobriu esta prática enquanto pesquisava campanhas contra o uso abusivo de animais para fins turísticos.

As cabras trepam naturalmente às argânias, onde passam uma média de seis horas por dia a alimentar-se dos seus frutos. Contudo, “após verem o interesse dos turistas nas cabras em cima das árvores, alguns agricultores começaram a manipular a situação para benefício financeiro”, conta Gekoski ao jornal The Independent.

“Ouvi dizer que chegam a trazer cabras de outras áreas, constroem plataformas nas árvores e persuadem as cabras a subir, cobrando aos turistas que tiram fotografias”, garantiu. O fotógrafo assegura que, apesar das cabras serem naturalmente ágeis a movimentar-se nas árvores, as que observou tinham uma aparência “doente e desamparada” e limitaram-se a manter-se quietas num mesmo sítio.

Gekoski acrescentou que os agricultores têm por hábito retirar as cabras das árvores quando estas estão cansadas e substituí-las por outras. Os turistas atraídos por este fenómeno, segundo Gekoski, “parecem alegremente inconscientes” do que se passa e “suspiram de surpresa antes de tirarem fotografias e selfies”.

Embora os agricultores se estejam a aproveitar de um fenómeno que ocorre naturalmente, algumas entidades preocupam-se com o bem-estar dos animais e com o stress que o forçar deste comportamento lhes possa trazer.

Ian Woodhurst, membro da ONG internacional World Animal Protection, reforça estas preocupações. “É provável que usar cabras como adereços fotográficos em locais turísticos cause um stress e sofrimento consideráveis nestes animais”, referiu, citado pela Visão. “Principalmente se não tiverem acesso a sombra ou a água”.

Woodhurst sublinha que os turistas devem pensar no bem-estar dos animais envolvidos em atrações turísticas e de entretenimento antes de pagarem e, consequentemente, fomentarem os seus maus tratos e sofrimento.

ZAP //



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