A Condé Nast Johansens realizou um estudo onde prevê como serão os hábitos dos viajantes depois da pandemia da Covid-19. Portugal é indicado como um dos destinos que terá mais afluência.
A pandemia da Covid-19 colocou muitos planos em pausa, principalmente para os viajantes que já tinham os destinos escolhidos, as férias marcadas e os bilhetes comprados. Após ter vivido anos promissores, o sector do turismo foi dos mais afetados com os decretos de estado de emergência e confinamentos, tendo assistido a um decréscimo acentuado em termos económicos.
No entanto, já se consegue ver alguma luz ao fundo do túnel. Especialmente depois da administração das primeiras vacinas e por alguns países da Europa se prepararem para desconfinar. Entre as melhorias nesta área, o turismo português poderá receber destaque e ser um dos melhores posicionados.
Isso é o que aponta um estudo da Condé Nast Johansens que distingue Portugal como um dos países em que ocorrerá uma melhor recuperação após a pandemia. Na lista de prediletos, Portugal surge como o oitavo destino favorito para mais de 95 mil pessoas que preferem viagens de luxo. O top 3 é liderado pelo Reino Unido, aparecendo Itália e Espanha logo de seguida. Olhando apenas para o continente europeu, Portugal ocupa o sexto lugar.
O ranking de destinos pós-covid preferidos pelos viajantes de luxo é:
- Reino Unido
- Itália
- Espanha
- França
- Grécia
- Estados Unidos da América
- Caraíbas
- Portugal
Quando questionados sobre a melhor altura para voltar a viajar, o estudo concluiu que os inquiridos indicam setembro como o mês escolhido, visto que nessa altura a União Europeia já prevê ter concluído a vacinação de 70% da população.
Como as pessoas tiveram de aprender a conviver com este vírus, existe um maior cuidado com a qualidade da higiene dos locais. E isso também se revela neste estudo. É que a maior parte dos participantes mostrou uma grande preocupação com a higiene dos hotéis e com o cumprimento dos protocolos de segurança, sendo que 71% afirmaram exigir que a unidade hoteleira comprove que pratica as normas de higiene locais e de distanciamento social através de uma declaração formal.
Já são vários os países que anunciaram a sua gradual reabertura e medidas para facilitar o retorno do turismo. O governo português já anunciou que vai começar o desconfinamento gradual antes da Páscoa e António Costa prevê a criação de um certificado europeu para viajar até ao verão. Para o primeiro-ministro, “aquilo que está a ser previsto é a existência de um documento que agilize e dispense a realização de quarentenas”.
No caso de Cuba, que está a produzir a vacina Soberana 02, as autoridades já declararam que quem viajar para o país sul-americano poderá ser vacinado contra a Covid-19, sem qualquer vínculo oficial com o país. A única exigência feita é que o visitante cumpra uma quarentena à chegada. Segundo o diretor do Instituto Finlay de Vacinas de Havana, Vicente Verez, “Se tudo correr bem, este ano toda a população cubana será vacinada”. Por isso, não seria nada má ideia fazer uma visita a Cuba.
Por causa do contexto pandémico atual, obter um financiamento para uma viagem até se tornou mais simples. O sector financeiro investiu em formas de oferecer as suas soluções sem que as pessoas tenham de se deslocar a um balcão possibilitando fazer um crédito pessoal online. Assim, os contactos são reduzidos. Além disso, já existem empréstimos específicos para férias com melhores condições para os viajantes.
Espanha admitiu que vai começar a utilizar em maio um passaporte que facilite a circulação de quem está vacinado. França também está a preparar um passe de identificação e vacinação. Já na Grécia, espera-se reabrir o turismo dentro de dois meses, deixando entrar no país qualquer pessoa vacinada, com anticorpos ou com um teste negativo à covid-19.
A China também se prepara para lançar passaportes de vacinação para viagens internacionais. Esse documento vai mostrar o estado de vacinação das pessoas para a Covid-19 e para outros testes relevantes. O certificado estará disponível no programa WeChat e poderá ser apresentado em formato eletrónico ou em papel.
A Itália também se destaca em termos de medidas aplicadas a viagens. Já existem voos internacionais “Covid-free” em que os passageiros são testados antes do embarque e depois da chegada. Exemplos disso são os voos de Roma para Atlanta ou para Nova Iorque. Esse conceito foi agora alargado para a rede de comboios nacional, incluindo os principais destinos turísticos do país.
“Vamos lançar um comboio COVID-free no início de abril”, disse Gianfranco Battisti, CEO da Ferrovie dello Stato Italiane, à CNN. “Escolhemos a rota Roma-Milão para a fase inicial de testes. Depois, vamos implementá-la para destinos turísticos durante o verão. Será uma oportunidade única que permitirá que as pessoas visitem destinos como Veneza e Florença.” Estes comentários foram feitos na presença do ministro da Saúde de Itália, Roberto Speranza.