“Turismo de canábis”. Amesterdão quer fechar coffee-shops aos turistas

Quando a pandemia acalmar, altura em que muitos turistas deverão começar a pensar em visitar Amesterdão, uma das principais atrações da cidade pode deixar de existir.  A presidente da Câmara de Amesterdão, Femke Halsema, propôs a proibição da entrada de turistas nos famosos coffee-shops da cidade.

O objetivo é reduzir o poder de atração dos coffee-shops enquanto locais de férias para o turismo das drogas leves. “Nos últimos anos, constatamos que a procura de canábis em Amesterdão aumentou enormemente”, disse Femke Halsema numa entrevista à cadeia de televisão pública NOS.

Halsema considera que se trata de uma questão ligada ao aumento dos turistas, em que parte deles integram o “turismo de canábis”, deslocando-se a Amesterdão exclusivamente para consumir a droga, o que constitui uma “fonte de aborrecimento” no centro da cidade.

“Amesterdão é uma cidade internacional e queremos receber turistas, mas gostaríamos de turistas que venham pela riqueza da cidade, pela sua beleza, pelas suas instituições culturais”, defendeu a autarca.

Segundo dados do Ministério da Saúde Pública holandês, os Países Baixos têm 570 coffee-shops, sendo que cerca de 166 se situam em Amesterdão, o que representa 30% do total.

Diferentes municípios do país têm regras diferentes para este tipo de locais, e as discussões sobre a proibição, exceto para os residentes holandeses, não são novas.

Este debate foi acalorado em 2011 e 2012, com Amesterdão a lutar contra a proposta de introdução de uma regra exclusiva para residentes nos cafés da Holanda. Atualmente, essa regra ainda existe em Maastricht, no sul do país.

A questão foi novamente levantada em julho de 2019, quando Halsema escreveu uma carta onde defendia que os cafés da cidade estão a colocar “a qualidade de vida no centro da cidade sob pressão”.

A autarca irá discutir as medidas com o conselho municipal de Amesterdão no final deste mês.

De acordo com uma pesquisa da CNN, mais de metade dos entrevistados assumiram que optaram por visitar a capital holandesa por que queriam experimentar drogas.

Os resultados também indicaram que 34% dos inquiridos garantiram que visitariam Amesterdão com menos frequência se não pudessem visitar as coffee-shops, enquanto 11% afirmou que não se deslocaria até à cidade.

Ana Moura, ZAP //



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