O aeroporto de Brandemburgo em Berlim, na Alemanha, vai abrir portas este sábado, em plena pandemia de covid-19 e crise na indústria de aviação, depois de uma década de atraso e um orçamento excedido em 4 mil milhões de euros.
Conta a emissora norte-americana CNN que em causa está um terreno com 1.470 hectares na região de Schönefeld, a sudeste da cidade Berlim.
O projeto, que já enfrentou uma série de contratempos e atrasos ao ponto de ser rotulado como “amaldiçoado”, tem como objetivo ser o centro de transporte de última geração que a capital alemã sempre precisou e abrirá conexões para destinos de longa distância.
Agora, abrirá finalmente portas, mas o futuro parece não se avizinhar muito risonho.
A agência ACI Europe (Airports Council International Europe) alertou esta semana que quase 200 aeroportos na Europa correm o risco de insolvência nos próximos meses se o tráfego de passageiros não começar a recuperar até ao final do ano.
Segundo o organismo europeu, 193 centros europeus são “aeroportos de risco” e contribuem atualmente para uma atividade económica com 277.000 empregos e 12,4 mil milhões de euros do PIB europeu.
Os aeroportos em risco são principalmente os regionais menores (menos de 5 milhões de viajantes anuais), cujo encerramento teria um impacto desproporcional na empregabilidade local, afirmou um porta-voz da ACI, em declarações à agência Reuters.
O Aeroporto Willy Brandt (BER) de Berlim-Brandenburg, que já recebeu 300 milhões de euros em apoios estatais sem transportar um único passageiro, deverá também sentir os efeitos desta crise sanitária e económica.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 44,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.