Um ano depois do colapso, a ponte de Génova começa a ganhar uma nova vida

(dr) The Big Picture / Renovatio Design / Stefano Boeri Architetti

Génova está a reconstruir a ponte que, no ano passado, desabou e provocou 43 mortos. O novo projeto vai ter um caminho pedonal e um parque memorial para homenagear as vítimas deste desastre.

No dia 14 de agosto de 2018, um troço de cerca de cem metros da ponte Morandi, na cidade italiana de Génova, desabou, causando 43 mortos. Embora a causa do colapso ainda seja pouco clara, a cidade está atualmente a reconstruir esta estrutura, inaugurada em 1967, e planeia que a obra esteja finalmente concluída no próximo ano.

O trabalho está a ser feito pelo arquiteto Renzo Piano, de 82 anos, que nasceu em Génova e que, por isso, decidiu ficar responsável pelo projeto sem qualquer custo. Nas suas palavras, será “uma ponte bonita, tão bonita como a beleza de Génova” e “muito genovesa”, ou seja, “simples, mas sem ser banal”, cita o site Domus.

No entanto, de acordo o site Fast Company, esta ponte não vai ficar sozinha. Outra empresa italiana — Stefano Boeri Architecture — apresentou o seu projeto para construir um caminho pedonal que andará à volta da nova ponte de Piano.

O projeto, chamado “Red Circle” (“Círculo vermelho” na tradução para Português), é também uma forma de homenagear as pessoas que perderam a vida neste desastre. Trata-se de um impressionante anel de aço que dará acesso a um parque memorial que ficará debaixo da ponte.

Este parque vai ter uma instalação do artista genovês, Luca Vitone, chamada “Genova in the Wood” (“Génova no Bosque”). Trata-se de um espaço com 43 árvores — uma para cada vida perdida — onde as pessoas poderão caminhar, descansar, ler e estudar Botânica através dos livros disponíveis numa biblioteca que também vai ser lá construída.

Segundo o mesmo site, além de oferecer às pessoas um caminho pedonal, o percurso elevado também terá um outro propósito: ser uma fonte de energia para a cidade, não só através de painéis solares, mas também de pisos piezoelétricos e, mais impressionante ainda, uma torre eólica vermelha que se projeta no céu como uma chama.

Num comunicado, Boeri descreveu o projeto como uma forma de acolher as pessoas na cidade, acrescentando que Génova é “soberba, apesar de ser afetada por uma melancolia pungente e bonita, mesmo na dureza das suas contradições eternas”. “É uma cidade de aço e mar, esculpida pelo vento e pela tragédia, mas sempre capaz de permanecer alta”.

ZAP //



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