Covid-19 estragou-lhes a lua-de-mel. Mas Feeonaa e Neville nunca mais vão esquecer como voltaram a casa

(dr) KDT / Marine Traffic

O barco de pesca San Aotea II

Um casal neozelandês que estava em lua-de-mel nas remotas Ilhas Malvinas, em março, e que ficou lá “preso” por causa do aparecimento do novo coronavírus, teve de apanhar boleia de um barco de pesca na Antártica para voltar a casa.

De acordo com a revista Time, a aventura deste casal começou a 29 de fevereiro, dia do seu casamento em Auckland, na Nova Zelândia. Depois da festa com a família e os amigos, Feeonaa e Neville partiram para a lua-de-mel.

O plano seria passar duas semanas nas Ilhas Malvinas, arquipélago isolado onde o noivo nasceu, mas do qual saiu quando ainda era criança, e depois um mês a explorar a América do Sul.

E então a pandemia de covid-19 começou a piorar. O voo que tinham marcado para o Brasil foi cancelado e, por isso, acabaram por passar 12 semanas confinados nas Malvinas, também chamadas Ilhas Falkland, na casa de uma tia já idosa.

Segundo a revista norte-americana, este arquipélago, localizado no sul do Oceano Atlântico, tem cerca de três mil habitantes. Até agora, desde o início da pandemia, registou 13 infetados, todos já considerados recuperados.

O casal tinha poucas opções para voltar a casa: os únicos voos disponíveis implicavam rotas complicadas pelo Reino Unido ou por África e avizinhavam-se longas quarentenas pelo caminho.

Foi então que ouviram que um barco de pesca neozelandês estava a planear fazer a viagem de regresso com a tripulação e o navio irmão, administrado pela empresa Sanford, que tinha passado os últimos meses naquela zona a pescar merluza-negra.

O capitão, Shane Cottle, conta que, inicialmente, ficou um pouco reticente com a ideia de ter de levar o casal no San Aotea II, uma embarcação de 38 metros, juntamente com a tripulação de 14 pessoas.

“Não tinha a certeza sobre a capacidade deles de viver no barco e esse tipo de coisas. Nós vamos para sul, ao redor do Cabo Horn, e através de uma parte do oceano que chamamos de Terra Média. Não há nada lá e nenhum lugar para receber assistência médica”, explica.

Mas, no final de contas, depois de um mês de viagem, o casal adaptou-se à vida no mar. Depois dos primeiros dias com enjoos, o capitão disse que ambos se revelaram uma boa surpresa e já eram autênticos marinheiros.

A lua-de-mel não correu como planeado, mas Feeonaa e Neville não estão minimamente desiludidos porque dizem ter tido a oportunidade de ter uma experiência completamente diferente, ao navegar por alguns dos mares mais difíceis do mundo. O casal voltou a pisar terra, na semana passada, ao chegar ao porto de Timaru, uma cidade no sul da Nova Zelândia.

ZAP //



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