Terça-feira, Junho 10, 2025
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“Chupar e deitar fora”: a pedra frita é o petisco da moda

South China Morning Post / Youtube

É “o prato mais duro do mundo”, uma descrição que não mente. Suodiu significa literalmente “chupar e descartar” e está a fascinar a Internet.

Um invulgar ingrediente invadiu os refogados das ruas chinesas. Com um bocadinho de alho e pimenta e um grande cardápio de temperos e molhos — muitas vezes picantes —, chefs da gastronomia local fritam pedras apanhadas à beira-rio.

Cada porção de suodiu (que significa “chupar e descartar”), traduz-se numa caixa do tamanho da palma da mão e custará cerca de 1,60€, de acordo com vídeos divulgados pelos internautas curiosos.

Entre rimas e sorrisos, os chefs locais dizem que o petisco da moda é tão popular como álcool no país.

Apesar de o nome indicar que as pedras são para descartar, muitos turistas levam-nas para casa, como recordação, embora alguns estabelecimentos peçam para as entregarem, sendo depois lavadas e reutilizadas — afastando muitos clientes devido a questões de higiene.

Mas o suodiu não é novo. Reza a lenda que o petisco de caroço rijo recua centenas de anos e que foi passado de geração em geração.

Quando ficavam sem alimento, no meio dos rios, barqueiros e pescadores do tempo antigo da província central chinesa de Hubei recorriam ao que encontravam em redor: pedras, que cozinhavam com outros condimentos na tentativa de enganar a fome.

Recolhidas diretamente dos rios, as pedras têm um sabor a peixe, que é aprimorado quando fritos os calhaus, diz quem já provou.

Para muitos, petiscos de pedras ainda são uma realidade difícil de digerir.

ZAP //



Ir a Fátima pode ser tão (ou mais) entusiasmante como ir à Disneyland

hugo.esteves / Flickr

Santuário de Fátima

As experiências turísticas em lugares sagrados desencadeiam “sentimentos de êxtase, de vivenciamento de uma experiência única na vida”, na maioria dos turistas. A conclusão é de um estudo de investigadores da Universidade de Coimbra, divulgado esta terça-feira.

Para as crianças, ir à Disnelyland pode levá-las ao expoente máximo da satisfação; para os apaixonados por turismo balnear, fazer praia nas Caraíbas deve enchê-los de prazer… mas, para os mais religiosos, experiências turísticas em lugares sagrados poderão induzir dos sentimentos de êxtase mais diferenciados que há.

Com o objetivo de contribuir para o conhecimento das experiências turísticas em lugares sagrados, uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) usou como caso de estudo o Santuário de Fátima e constatou que a forte ligação ao lugar e a experiência memorável são duas das dimensões marcantes da visita a este local do Centro de Portugal.

“As experiências turísticas em lugares sagrados são diferentes de outras experiências, porque trazem à maioria dos turistas sentimentos de êxtase, de vivenciamento de uma experiência única na vida, ao mesmo tempo libertadora e revitalizante, percecionando a visita como importante e com grande significado pessoal”, explicou a docente da Faculdade de Letras da UC Cláudia Seabra.

A também investigadora do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território da UC lembrou que, “atualmente, as peregrinações e a visita a locais sagrados movimentam milhares de pessoas em todo o mundo”.

“Em Portugal, as peregrinações a Fátima e o Caminho Português de Santiago são exemplos de peregrinações incontornáveis que atraem milhares de portugueses e turistas estrangeiros que vêm ao nosso país em busca de experiências memoráveis e únicas todos os anos. A Jornada Mundial da Juventude – JMJ – em Lisboa é um outro exemplo paradigmático”, sublinhou.

Lugares com “valor único e insubstituível”

Segundo Cláudia Seabra, o estudo permitiu mostrar que “estes lugares revelam ter um valor único e insubstituível e, muito provavelmente, quem os visita vai querer revisitar”.

“O entendimento das experiências turísticas em lugares sagrados é essencial para a gestão destes lugares”, defendeu.

A investigadora explicou que “o turismo religioso é um segmento direcionado para pessoas cuja motivação para a visita é a fé, a busca da espiritualidade, a prática religiosa e a busca por experiências espirituais”.

“É apontado como uma das mais antigas formas de fazer turismo: já nas primeiras civilizações, as peregrinações a lugares religiosos movimentavam um grande número de pessoas em busca de espiritualidade e de fé”, lembrou.

Há partilha de culturas e valores

Entre as recomendações apontadas neste estudo, Cláudia Seabra destacou que “as organizações públicas e privadas devem ser capazes de criar experiências que promovam o envolvimento na visita e a realização de atividades, assim como a proximidade com as comunidades locais“.

Dando como exemplo a JMJ, Cláudia Seabra disse que “o aspeto mais referenciado e valorizado pelos visitantes foi a proximidade e o envolvimento que tiveram com os residentes, o que deu lugar a uma experiência cultural mais imersiva, mais marcante”.

“Estando nós num país considerado tão hospitaleiro, esta dimensão deve ser sempre valorizada. Para além de que os próprios residentes aceitam melhor e ganham também com o turismo”, realçou.

O estudo contou com a participação dos investigadores do Instituto Politécnico de Viseu Carla Silva, José Luís Abrantes e Manuel Reis.

ZAP // Lusa



Seis anos após a falência, a Toys “R” Us regressa em grande (com lojas em aeroportos e navios)

Raysonho / Wikipedia

Loja de brinquedos Toys “R” Us

A icónica loja de brinquedos Toys “R” Us, que declarou falência em 2017, está a preparar um regresso em grande — e prepara novos voos.

Numa nota de imprensa divulgada esta sexta-feira, a Toys “R” Us anunciou planos para abrir 24 lojas nos Estados Unidos até 2024.

Num movimento surpreendente, a empresa pretende estender também a sua presença à indústria de viagens, com lojas em aeroportos e navios de cruzeiro.

A WHP, empresa-mãe da Toys “R” Us, está entusiasmada com o renascimento da marca. ‘A Toys “R” Us está a crescer rapidamente e a nossa expansão por ar, terra e mar é um testemunho da força da marca’, disse Yehuda Shmidman, CEO da empresa, citada pelo Insider.

A empresa foi criada em 1948 por Charles Lazarus, que aproveitou o baby boom após a Segunda Guerra Mundial, abrindo o seu primeiro estabelecimento em Washington, sob o nome de Children’s Bargain Town.

A marca, que adotaria a designação Toys “R” Us em 1957, foi a primeira do seu tipo: uma grande loja de brinquedos que oferecia uma variedade de produtos em grandes quantidades.

Ao longo das últimas décadas, ganhou grande popularidade, moldando a paisagem dos brinquedos nos Estados Unidos, ganhando fama também pelas suas campanhas de marketing estratégico — que incluíam anúncios de televisão, parcerias com celebridades e a seu memorável mascote, Geoffrey, a Girafa.

A canção da empresa, ‘I don’t want to grow up, I’m a Toys “R” Us kid’, serviu como hino de várias gerações, desde os anos 1980 até ao início dos anos 2000.

A gigante do retalho passou por dificuldades financeiras durante as épocas festivas de 2017 e 2018, que levaram ao encerramento de todas as lojas nos EUA, numa altura em que a cadeia de brinquedos tinha cerca de 1.700 lojas em todo o mundo — que geraram em 2016 uma receita de cerca de 9.590 milhões de euros.

A operação da marca em Portugal foi adquirida no verão de 2022 pelo grupo italiano PRG Retail Group, dono da Chicco e Prenatal, que mantém 11 lojas a funcionar em todo o país.

ZAP //



Portugal eleito o melhor destino europeu, nos “Óscares do Turismo”

Reino Baptista / Wikimedia

Terreiro do Paço, Lisboa

Portugal renovou o título de melhor destino turístico europeu, e conquistou outras notáveis distinções, nos “Óscares do Turismo”, esta sexta-feira.

Na 30.ª edição dos World Travel Awards (WTA), Portugal voltou a ser considerado o melhor destino turístico europeu, pela sexta vez (a segunda consecutiva).

“Este prémio é um reconhecimento internacional de Portugal, das empresas, dos seus trabalhadores e dos portugueses. É uma distinção que enaltece a excelência do nosso turismo e a sua singular recuperação após a pandemia”, disse o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, ao Jornal de Notícias.

“Portugal, em todo o seu território, é o melhor destino europeu. Felicito também todas as empresas e territórios que, em diferentes categorias, foram igualmente premiadas”, acrescentou.

A gala, que decorreu em Batumi, na Geórgia, premiou os seguintes locais:

  • Lisboa como o “Melhor Destino de Cidade da Europa”;
  • Porto como o “Melhor Destino City Break da Europa”;
  • Algarve como melhor “Melhor Destino de Praia”;
  • Madeira como o “Melhor Destino Insular”;
  • Passadiços do Paiva, em Arouca, como a “Melhor Nova Atração de Turismo de Aventura de 2023”.

Além disso, o Dark Sky Alqueva foi distinguido com o prémio de “Turismo Responsável”; a Douro Azul foi eleita como a “Melhor Empresa de Cruzeiros de Rio”, e o Porto de Lisboa foi considerado o melhor “Porto de Cruzeiros de 2023”.

O Quake – Lisbon Earthquake Center sagrou-se vencedor na categoria da “Nova Principal Atração Turística de 2023” e a Amazing Evolution foi eleita “Melhor Operadora de Boutique Hotels e de Gestão de Hotéis”.

A TAP também recebeu duas distinções:a melhor companhia aérea europeia a voar para África e para a América do Sul.

Miguel Esteves, ZAP //



O verão ainda se compôs para os empresários. Portugueses nunca tinham pagado tanto para viajar

cingularite / Wikimedia

Praia de Sagres, Algarve

Quanto aos que vieram de fora para dentro, ao início esperava-se mais, mas, no final, não desiludiram. O verão de 2023 acabou por ser o melhor de sempre para os empresários algarvios. Em sentido inverso, os portugueses gastaram como nunca em viagens para fora (e assim irá continuar, até ao final do ano).

Os portugueses nunca tinha viajado tanto e nunca tinham pagado tanto para viajar, como este verão, disse o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, à rádio Renascença.

“Tivemos o melhor ano de sempre com mais turistas e preço mais elevado”.

É o balanço de 2023, até ao momento, com Pedro Costa Ferreira a acreditar que este registo se irá manter, até ao final do ano.

Apesar da entrada de novos destinos no mercado- como Sardenha, Zanzibar e Senegal – os turistas continuam a preferir os tradicionais – Tunísia, Marrocos, Caraíbas, Cabo Verde, Espanha, Açores e Madeira.

“Em agosto deste ano, as agências de viagens bateram o recorde de emissão de passagens aéreas em voos regulares, incluindo as low-cost. Foram mais de 80 milhões de euros”, detalhou o presidente da APAVT.

O verão começou mal, mas compôs-se

As receitas dos hotéis portugueses aumentaram, este verão: não por ter havido um aumento das dormidas, mas sim devido ao aumento dos preços.

O verão de 2023 foi o melhor de sempre para os empresários algarvios, informou, à Renascença, o presidente da Região de Turismo do Algarve, André Gomes.

E a época balnear até tinha começado mal para os empresário das terras algarvias.

De acordo com Bernardo Trindade, presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), a única região onde o comportamento das dormidas foi pior, nos meses de junho e julho, em comparação a 2022 (que a par de 2019 foi o melhor ano de sempre no setor do turismo), foi o Algarve.

Mas o verão ainda se conseguiu compor, para os empresários da região.

“O verão turístico correu bem, tivemos muitos clientes, aumentamos o número de clientes e aumentamos proveitos”, garantiu, à RR, o presidente da Associação de Hóteis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Hélder Martins.

TAP negligenciou o Algarve

Hélder Martins acusou a TAP de não dar a devida atenção à região algarvia.

“O que a TAP devia ter para o Algarve era uma linha de voos com aviões mais pequenos, que fizesse uma ligação Lisboa – Algarve com mais frequência. Há pessoas que fazem um voo da TAP dos EUA e ficam várias horas à espera para vir para Faro”, considerou o presidente da AHETA.

Já partir de Faro, atualmente, a transportadora aérea tem apenas uma ligação – que tem como destino Lisboa.

No ano passado, passaram pelo aeroporto mais de oito milhões de pessoas.

Miguel Esteves, ZAP //



“Novo luxo” é apanhar lapas ou caminhar com um pastor. Há turistas a gastar 3 mil euros por dia

nborges / Wikimedia

Alto Douro Vinhateiro

Há um novo turismo de luxo crescer em Portugal – e o seu grande potencial são as tradições nacionais. Estes novos turistas querem viver o país real, seja apanhar lapas com um pescador, ou caminhar com um pastor, e estão dispostos a gastar 3 mil euros por dia.

Há cada vez mais turistas norte-americanos a deixarem-se conquistar por Portugal.

Os europeus continuam a ser os principais turistas em solo nacional, com uma representação de 68,9%. O continente americano representa apenas 9%, mas em Junho, verificou-se uma “subida de 11,7%” face ao ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) citados pelo Dinheiro Vivo.

Este dado é um bom indicador, segundo o secretário-geral da Associação Portuguesa de Marcas de Excelência (Laurel), Francisco Carvalheira, que salienta à publicação económica que os turistas norte-americanos gastam mais do que os europeus.

“Um americano de topo pode gastar à vontade em Portugal dois ou três mil euros por dia“, analisa Francisco Carvalheira, sublinhando que este tipo de turista procura “viver a região”, “descobrir o destino”.

E isso pode passar por “caminhar com um pastor”, ou “andar na praia e apanhar lapas com um pescador“, destaca ainda.

É uma “busca” pelas “raízes e a origem das coisas”, explica o dirigente da Laurel ao Dinheiro Vivo, frisando que “compram saber fazer, apreciam ir a um restaurante e verem que a comida é natural” e “pagam o que for preciso para isso”.

“Luxo é tempo, é silêncio, é andar descalço”

Este tipo de turismo está a dar origem ao conceito de “novo luxo” que é, basicamente, a procura por locais únicos e pela exclusividade.

“O luxo hoje é algo completamente diferente do que era há 20 anos”, analisa Ana Cristina Guilherme, da consultora hoteleira ABC Hospitality, em declarações ao Dinheiro Vivo.

Luxo é tempo, é silêncio, é sentir, é andar descalço, como dizia o designer Philip Starck“, explica Ana Cristina Guilherme, frisando que este novo turismo procura “uma imersão no destino”.

E isso passa também por escolher hotéis mais pequenos que “quase que se diluem na autenticidade do local onde escolhem nascer ou reabilitar”, acrescenta.

Estes turistas procuram, sobretudo, “o que é simples, orgânico e que devolve tradições e legados da sabedoria ancestral portuguesa, das nossas avós e bisavós”, salienta ainda Francisco Carvalheira.

O dirigente da Laurel repara que é um novo mercado com enorme potencial para Portugal, mas, para o poder aproveitar, o país precisa de “saber vender” a sua História.

“Temos 800, 900 anos de história, de saber fazer. Não podemos ser copiadores. Portugal, com tudo o que tem de bom, com o seu património, tem que conseguir fazer o seu caminho nas marcas de excelência e de luxo”, defende.

“Os americanos vêm comprar naturalidade, simpatia, ou mesmo um peixe grelhado. Vêm também comprar o nosso sol, a nossa alegria. Tudo isso, mais a nossa originalidade, não tem preço para eles”, conclui.

Susana Valente, ZAP //



Uma das cidades mais visitadas do Mundo vai começar a cobrar bilhete de entrada aos turistas

Diego Rosso / Fotos Públicas

A cidade de Veneza está a planear cobrar uma taxa de entrada de 5 euros aos visitantes de um dia, a partir do próximo ano, numa tentativa de gerir o fluxo de turistas atraídos pelos seus canais históricos, informou este terça-feira a câmara municipal da cidade.

Segundo agência Reuters, a taxa será aplicada experimentalmente, durante 30 dias, no início do próximo ano, e será aplicada a todos os turistas com mais de 14 anos que visitem a cidade durante apenas um dia.

A medida visa principalmente moderar o acesso à cidade nos feriados da primavera e nos fins de semana de verão, quando o número de turistas está no seu pico.

O objetivo é encontrar “um novo equilíbrio entre os direitos dos que vivem, estudam ou trabalham em Veneza e os que visitam a cidade”, disse o vereador do turismo de Veneza, Simone Venturini.

“Não se trata de uma medida para angariar dinheiro“, acrescentou o vereador, que explica que a taxa servirá apenas para cobrir custos administrativos.

As datas exatas do plano e a forma como será gerido serão acordadas após a aprovação final do conselho camarário, prevista para a próxima semana.

O plano, inicialmente proposto em 2019, foi adiado inicialmente devido à COVID-19, que afastou os turistas, e mais tarde por razões técnicas e procedimentais.

Entretanto, os visitantes estão regressado em massa a Veneza, muitas vezes superando em grande número os cerca de 50.000 residentes do centro da cidade, sobrecarregando as suas estreitas ruelas.

O excesso de turismo tem sido há muito um problema para a frágil cidade , famosa pelos seus canais, mas também para outras cidades europeias, que estão a tomar medidas para afastar visitantes. Uma dessas cidades é Amesterdão, que recentemente proibiu os cruzeiros de entrar na cidade.

Em julho, especialistas da UNESCO recomendaram que Veneza e a sua lagoa fossem adicionadas à sua lista de Património Mundial em Perigo, alegando que a Itália não estava a fazer o suficiente para proteger a cidade do impacto das mudanças climáticas e do turismo de massa.

ZAP //



Engenheiros estão a construir a primeira ponte sobre um glaciar rochoso em movimento

NPS

A estrada de Pretty Rocks dá acesso ao Parque Nacional de Denali, no Alasca

Numa iniciativa pioneira, uma equipa de engenheiros iniciou a construção da primeira ponte do mundo sobre um glaciar rochoso em movimento, no Parque Nacional de Denali, no Alasca.

É a primeira ponte do mundo sobre terras em movimento, e vai ser construída no Pretty Rocks Landslide, uma área de deslizamento de terra localizada na estrada do Parque Nacional de Denali, no Alasca, Estados Unidos.

O local é conhecido por ter um terreno instável e em constante movimento, o que leva a desafios na manutenção da estrada que o atravessa e na segurança dos visitantes e trabalhadores do parque.

As terras estão a afundar-se alguns centímetros por ano, desde os anos 1960, originando pequenas fissuras na estrada.

No entanto, o derretimento do permafrost acelerou os deslizamentos de terras e o afundamento da estrada, que está a abater vários metros por ano desde 2014 — provocando o seu encerramento frequente e causando impacto no turismo e atividades científicas no parque.

A estrada principal do parque foi inicialmente escavada na década de 1920, na encosta íngreme,  120 metros acima do vale, sem se saber na altura que sob a estrada havia permafrost — que está agora a descongelar devido às alterações climáticas.

O Parque Nacional de Denali registou um aumento de 2°C na sua temperatura média anual ao longo das últimas três décadas.

O solo sob a estrada é tecnicamente classificado como um glaciar rochoso — uma mistura de rochas e gelo. A proeza de engenharia visa garantir acesso estável e ininterrupto à metade ocidental do parque.

Ryan Anderson, comissário do Departamento de Transportes e Instalações Públicas do Alasca, explica à New Scientist que este tipo de solução de engenharia complexa se tornará cada vez mais comum à medida que o estado enfrenta o seu crescente problema de permafrost.

Para contrariar o derretimento do permafrost, os engenheiros vão utilizar 23 termossifões — tubos selados a vácuo preenchidos com dióxido de carbono líquido — para ajudar a manter a vida útil da ponte, estimada em 50 anos.

Durante o inverno, os tubos irão absorver o calor latente do solo e libertá-lo para a atmosfera, ajudando a manter o solo congelado.

A ponte, que terá um vão de 145 metros, deveria estar concluída até 2025. No entanto, requisitos adicionais adiaram a data de conclusão para 2026, inflacionando o orçamento inicial de 120 milhões de dólares em mais 30 milhões.

O projeto gerou alguma controvérsia, uma vez que as autoridades do Alasca têm tido dificuldades em alocar fundos de apoio às 73 aldeias indígenas que necessitam de reconstruir infraestruturas ou ser realojadas, devido ao descongelamento, erosão e inundações induzidas pelo clima.

Críticos como Louise Farquharson, investigadora na Universidade do Alasca, em Fairbanks, consideram que é uma “ideia ridícula” gastar este montante quando a profundidade e a velocidade do descongelamento não podem ser previstas com exatidão.

No entanto, o Parque de Denali continua a ser uma atração turística crucial para o Alasca, gerando até 600 milhões de dólares anualmente em receitas para o estado.

A maioria dos turistas chegam ao parque através desta mesma estrada, tornando a sua reparação e manutenção uma empreitada crítica para a indústria turística do estado.

ZAP //



O “caminho do amor” está de volta, mas é preciso ter cuidado…

PROPOLI87 / Wikimedia

Via dell’Amore / Caminho do Amo / Siena, Itáliar

A Via dell’Amore, um dos trilhos pedestres mais icónicos de Itália, está de volta, mas continua a enfrentar os desafios – e os perigos – do excesso de turismo.

Após uma década de reabilitação, a Via dell’Amore, em Itália, volta a estar aberta aos turistas.

O “caminho do amor” é manifestamente perigoso e, por isso, são agora esperadas novas regras de acesso, que confiram mais segurança aos turistas.

O percurso, que liga Riomaggiore a Manarola, na província de La Spezia, foi inaugurado nos anos 1920, para facilitar a comunicação entre as duas aldeias.

Contudo, com cerca de três milhões de turistas a visitar este caminho pertencente a uma área que é Património Mundial da UNESCO, o local, que tem cerca de 4.000 habitantes, está sob “pressão excessiva sobre os moradores”, como referiu a presidente da câmara de Riomaggiore, Fabrizia Pecunia, à National Geographic.

“Há uma pressão excessiva sobre os moradores. Temos de tentar encontrar o equilíbrio. Se formos apenas atrás do número de turistas, implodiremos”, considerou.

Fabrizia Pecunia lançou então um plano para gerir o número de turistas. Embora incapaz de limitar o número total de turistas devido à lei italiana, vai passar a controlar a entrada na Via dell’Amore.

O percurso será encerrado durante a noite e o acesso diurno permanecerá gratuito para os habitantes.

Os turistas poderão aceder aos primeiros 160 metros do trilho, até 30 de setembro, num sistema de reserva piloto.

Por uma taxa de cinco euros, os visitantes podem garantir um lugar numa visita guiada de 30 minutos, multilingue, que parte a cada meia hora, como detalha o National Geographic.

Turismo responsável e educacional

O sistema de reservas visa encorajar um turismo mais informado e faz parte de uma estratégia mais ampla para mostrar o património cultural da Cinque Terre.

O guia turístico local Gianluca Pasini, que também servirá como um dos guias do percurso, disse que o sistema ajudará a preservar a importância histórica do trilho.

Pecunia sublinhou a importância do equilíbrio no turismo, criticando os visitantes de um dia que “chegam, tiram selfies, comem um gelado e vão embora”, sem apreciar a rica cultura e história da área.

O guia, nascido e criado em Riomaggiore, argumenta que o novo plano também servirá como uma ferramenta educacional, permitindo aos turistas “contar a história da Cinque Terre de uma forma diferente”.

Pecunia espera que a transformação da Via dell’Amore numa espécie de museu ao ar livre forneça uma narrativa contextual a esta famosa costa, promovendo assim um turismo responsável.

O excesso de turistas resultou em algumas situações graves, incluindo o encerramento do antigo cemitério à beira do penhasco de Manarola, que se tornou um local popular para piqueniques e sessões fotográficas.

À medida que as comunidades procuram formas de equilibrar os benefícios económicos do turismo com a preservação dos ativos naturais e culturais, a Via dell’Amore serve como um caso de estudo no uso de medidas direcionadas para gerir o excesso de turismo, ao mesmo tempo que melhora a educação dos visitantes.

ZAP //



Acesso às grutas mais populares do Algarve pode vir a ser pago

photo2go.albufeira / Flickr

Grutas de Benagil, em Lagoa, no Algarve

A famosa e enorme abertura na parte superior, por onde entram os raios solares, diferencia este local algarvio. Não se chega lá por terra, só por água e, neste momento, sem quaisquer restrições — mas tudo pode mudar em breve.

O Governo criou um grupo de trabalho para definir as condições de acesso às Grutas de Benagil, no Algarve. O espaço natural tem visto um crescimento exponencial do turismo e é agora o foco de vários organismos estatais que procuram estabelecer regras que visam preservar a sua integridade e segurança, avança o Público.

Em 2010, havia 120 licenças marítimo-turísticas para a região, número que subiu para 528 no último ano — uma saturação de visitantes tem sido considerada “caótica” por várias entidades. Atualmente, o acesso às grutas é livre, mas o grupo de trabalho surge com o intuito de alterar essa situação.

Coordenado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, o grupo tem sete objetivos principais. O estabelecimento de novas regras para o acesso às Grutas de Benagil — entre as 10 mais populares da Europa — torna-se imperativo face ao aumento descontrolado do número de visitantes, alerta o novo grupo de trabalho.

O mais imediato é definir a “capacidade de carga humana” que as grutas podem comportar, levando em consideração fatores como a estabilidade da estrutura e segurança dos visitantes. Será ainda determinado o tipo de embarcações autorizadas e as condições em que o acesso poderá ser feito.

As novas regras poderão ter um impacto significativo tanto para os turistas como para os operadores turísticos locais. O Presidente da Câmara de Lagoa já havia referido que, devido à covid-19, a praia de Benagil chegou a ter um limite de 80 pessoas, mas que agora acolhe centenas de visitantes simultaneamente. Uma taxa única de acesso faz parte das possibilidades abrangidas pelas novas medidas.

O grupo é composto por representantes de várias secretarias de Estado e organismos como o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Têm até ao final do ano para apresentar as suas conclusões, e os representantes devem ser indicados num prazo de dez dias a partir da publicação do despacho que formaliza a criação do grupo.

O desafio agora é encontrar um equilíbrio que satisfaça todas as partes envolvidas, assegurando que as grutas continuem a ser uma atração turística sustentável.

ZAP //



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